Foto: Divulgação.
O ministro Alexandre de
Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta segunda-feira (26)
abrir um inquérito para investigar o deputado federal licenciado Eduardo
Bolsonaro (PL-SP) pelos crimes de coação no curso do processo e obstrução de
investigação.
O pedido de abertura de
investigação foi feito ao Supremo pelo procurador-geral da República (PGR),
Paulo Gonet, para apurar a suposta atuação do parlamentar para incitar o
governo dos Estados Unidos a adotar medidas contra Moraes, que foi escolhido
relator do caso por também atuar no comando das ações da trama golpista e no
inquérito das fake news.
O ministro também autorizou o
depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro para prestar esclarecimentos por ser
“diretamente beneficiado” pelas ações de seu filho. Bolsonaro é réu do núcleo 1
da trama golpista. Diplomatas brasileiros também devem ser ouvidos.
Notícia
crime
A PGR também anexou ao
inquérito a notícia-crime enviada em março ao STF pelo deputado Lindbergh
Farias (PT-RJ). Na ocasião, o deputado pediu a apreensão do passaporte de
Eduardo Bolsonaro (foto) para evitar a saída dele para o exterior. No entanto,
a procuradoria e Alexandre de Moraes rejeitaram o pedido.
Na ocasião, Lindbergh
denunciou que Eduardo Bolsonaro fazia viagens aos Estados Unidos para articular
com deputados daquele país ataques contra o ministro Alexandre. Segundo o
parlamentar, o filho de Bolsonaro comete crime de lesa-pátria por constranger o
ministro e o Poder Judiciário brasileiro.
Com a nova decisão de Moraes,
Lindbergh Farias vai depor contra o filho de Bolsonaro no inquérito.
Em março deste ano, em meio ao
julgamento no qual Bolsonaro virou réu, Eduardo pediu licença de 122 dias do
mandato parlamentar e foi morar nos Estados Unidos. Por estar no exterior,
Eduardo poderá depor por escrito.
Na semana passada, o
secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, confirmou que há “uma
grande possibilidade” de Moraes sofrer sanções do país.
Eduardo
Bolsonaro fala em injustiça
Em postagem nas redes sociais,
Eduardo Bolsonaro considerou que o pedido de investigação é uma medida “injusta
e desesperada”.
“Só configura aquilo que sempre falamos, o Brasil vive um regime de exceção, onde tudo no Judiciário defende de quem seja o cliente”, declarou.
FONTE: AGÊNCIA BRASIL.