Quando a fase não é boa, a paciência diminui. Tanto da torcida como dos jogadores. A confiança é abalada e as vaias se tornam uníssonas. É neste ambiente que vive o Santa Cruz. E parece que sair do Recife e ir até Juiz de Fora-MG, onde a equipe enfrenta o Botafogo neste domingo, é a melhor coisa neste momento. Que o diga o meia Lelê, duramente criticado e vaiado sempre que tocava na bola na derrota de 3 a 0 para a Ponte Preta, na última quinta-feira. Com um ambiente turbulento, o técnico Milton Mendes tentou blindar o elenco.
- Nós às vezes acertamos e outras não. A responsabilidade é minha. O torcedor tem toda a razão de tudo. Mas também vi torcedores nos apoiando os 90 minutos, incentivando e gritando - ponderou o técnico, citando um apoio de um pequeno grupo em detrimento da maioria absoluta do estádio.
A mesma coisa aconteceu com o lateral-esquerdo Roberto já no final da mesma partida. Outras peças do elenco já tinham sido perseguidas com críticas antes, como o meia Daniel Costa, que deixou o clube nesta semana.
- Agora é que é hora de ver quem está do nosso lado. Estamos precisando do apoio de todos - acrescentou o técnico coral.
Para poder blindar o elenco e evitar mais desgastes, como o que aconteceu após a derrota para a Ponte Preta na sala de imprensa do clube, o treinador achou por bem que seus jogadores falassem menos. No embarque do elenco para o Rio de Janeiro, na última sexta-feira, os atletas "driblaram" a imprensa e um pequeno grupo de cinco torcedores que queriam protestar e entraram por outro portão, em silêncio.
- Temos que ganhar, né? Trabalhar, estamos trabalhando bem. Os jogadores têm dado seu melhor, tentado, mas a insegurança diante dos resultados nos deixa um pouco instáveis. Mas eu digo que eu sou valente, forte, e não tenho medo de desafios.
Globo Esporte