Publicada em 07/08/2016 às 07h58.
Serra recebeu R$ 23 milhões via caixa dois, revela Odebrecht
Revelações foram feitas por funcionários da empreiteira em tentativa de acordo de delação.

Os investigadores da Operação Lava Jato conversaram com executivos da Odebrecht para recolher informações sobre o pagamento de propinas a políticos.


Nas declarações, os executivos da empreiteira afirmaram que a campanha José Serra (PSDB-SP), à Presidência da República, em 2010, recebeu R$ 23 milhões da empreiteira via caixa dois.


Serra é atualmente ministro das Relações Exteriores do governo interino de Michel Temer. Segundo a reportagem da Folha de S. Paulo, o valor hoje corrigido pela inflação do período, equivale a R$ 34,5 milhões.


Além disso, os executivos revelaram que parte do dinheiro foi entregue no Brasil e parte foi paga por meio de depósitos bancários realizados em contas no exterior.


O acordo de delação entre a força-tarefa da Lava Jato e os executivos da empreiteira ainda não foi assinado.


A empreiteira Odebrecht pretende apresentar extratos bancários de depósitos realizados fora do país que tinham como destinatária final a campanha presidencial do então candidato. A empresa quer comprovar que houve o pagamento por meio de caixa dois.


O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) aponta que, em 2010, a Odebrecht doou R$ 2,4 milhões para o Comitê Financeiro Nacional para Presidente da República de Serra (R$ 3,6 milhões em valores corrigidos).


Ou seja, a reportagem indica que a campanha do tucano teria recebido do grupo baiano R$ 25,4 milhões, sendo R$ 23 milhões "por fora".


Na possível delação, os funcionários da Odebrecht também planejam explicar que Serra era tratado pelos apelidos de "Vizinho" e "Careca" em documentos da empreiteira.


ACARAJÉ

A publicação recorda ainda que o nome do atual ministro das Relações Exteriores foi um dos que apareceram na lista de políticos encontrada na casa do presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Barbosa da Silva Júnior, durante a 23ª fase da Lava Jato, a Acarajé, em fevereiro.


Os funcionários da empresa também deve revelar que houve propina paga a intermediários de Serra no período em que ele foi governador de São Paulo (de 2007 a 2010) vinculados à construção do trecho sul do Rodoanel Mário Covas.


OUTRO LADO

Em nota divulgada pela assessoria de José Serra (PSDB-SP), ele afirma que a campanha durante a disputa a Presidência da República em 2010 foi conduzida em acordo com a legislação eleitoral em vigor.


O tucano argumenta que as finanças de sua disputa pelo Palácio do Planalto eram de responsabilidade do partido, o PSDB. Serra também afirmou que ninguém foi autorizado a falar em seu nome.


Em relação ao suposto pagamento de propina a intermediários do tucano quando ele foi governador do Estado de São Paulo, entre 2007 e 2010, e que teriam relação com a construção do trecho sul do Rodoanel, Serra considera "absurda a acusação".

 

 

Notícias ao Minuto

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