Publicada em 18/09/2015 às 17h41.
Cientistas desenvolvem pequena capa de invisibilidade
A capa é microscópica no tamanho, mas poderia aumentar de tamanho no futuro.

Uma pequena capa de invisibilidade foi inventada por cientistas norte-americanos que estão chegando cada vez mais perto de uma versão real do que até era agora um elemento de ficção científica - anunciaram os pesquisadores nesta quinta-feira.


A capa, apresentada na revista Science, é microscópica no tamanho, mas poderia aumentar de tamanho no futuro - segundo físicos do Departamento de Energia do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley e a Universidade da Califórnia em Berkeley.


O aparato funciona com a manipulação da luminosidade, mudando como os raios de luz incidem sobre um objeto para que ele não possa ser detectado pelo olho.


"Esta é a primeira vez que um objeto 3D de forma arbitrária foi mascarado da luz visível", afirmou o principal autor do estudo, Xiang Zhang, diretor do Laboratório de Ciências dos Matériais de Berkeley.


"Nossa capa ultra-fina parece um casaco. É fácil de desenhar e implementar, e é potencialmente escalável para esconder objetos macroscópicos.


Usando pequenas fibras de ouro conhecidas como nanoantenas, os pesquisadores fizeram uma capa de 80 nanômetros de espessura e pode envolver um objeto tridimensional do tamanho de algumas células biológicas.


"A superfície da capa foi construída para redirecionar as ondas de luz de forma que o objeto ficou invisível para detecção ótica quando a capa é ativada", disse o estudo.


No entanto, a pequena capa ainda tem grandes limitações.


Por exemplo, os padrões das nanoantenas devem ser projetados precisamente para coincidir com as saliências da superfície do objeto que está por baixo, o que significa que o objeto não pode mexer - caso contrário, perde a camada invisível.


Nem as características a serem escondidas podem ser muito grandes ou pontudas em comparação ao comprimento das ondas luminosas, porque as sombras não conseguem ser apagadas - explica Zeno Gaburro, físico da Universidade de Trento, na Itália.


"O lado que está escuro não vê a luz, então não tem jeito de corrigir (a sombra) usando essa técnica", afirma Gaburro em artigo complementar publicado na Science.


Mas Zhang está confiante de que a tecnologia possa ser eventualmente feita numa escala maior. "Não vejo obstáculos", disse.

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