(G1)
Ainda prestes a terminar, 2015 já registra estatísticas que apontam para o alto nível da violência em Pernambuco. De janeiro até o começo deste mês de novembro, foram registrados 45 assaltos a banco no Estado, número que representa quase o triplo do que foi contabilizado em 2014, quando ocorreram 17 em todo o ano segundo dados do Sindicato dos Bancários de Pernambuco. São crimes em que houve a invasão da agência, com situação de ameaça e grave tensão - mesmo que não tenha sido levado o dinheiro. De acordo com dados do Sindicato dos Bancários, um dos assaltantes foi morto durante a fuga neste ano. No total, seis suspeitos, três vigilantes e um cliente ficaram feridos.
Para o Sindicato, a falta de fiscalização é apontada como um dos principais facilitadores dessas ações. No Recife, existe a lei 17.647/2010 determinando aos bancos a instalar, entre outros dispositivos, portas de seguranças, vidros e janelas blindadas contra armas de grosso calibre. O lamento dos bancários é que nem todas as agências seguem esse protocolo e não há fiscalização.
"[Por causa dessa lei], Recife deveria estar assegurada. Se a prefeitura atuasse de forma correta, se cobrasse o cumprimento, autuasse e multasse. Se tivesse como implementar em todo o Estado, seria muito proveitoso para todo mundo", opina o secretário de Assuntos Jurídicos do sindicato, João Rufino.
Em resposta ao posicionamento do Sindicato, a Secretaria-Executiva de Controle Urbano do Recife afirma que tem tratado da segurança dos bancos em reuniões, com o objetivo de discutir ajustes na lei municipal. No último encontro, realizado em outubro, representantes do Sindicato dos Bancários foram convocados, mas, de acordo com a nota da Prefeitura, ninguém apareceu.
De acordo com o delegado Mauro Cabral, titular da Delegacia de Roubos e Furtos, o "modus operandi" dos assaltantes é muito parecido, ainda que não exista um padrão. "Os assaltos acontecem com mais frequência por volta das 12h, quando se espera menos pessoas nas agências e quando há redução da equipe, inclusive dos vigilantes", explica. Geralmente, um dos bandidos entra primeiro na agência. Sozinho e desarmado, apenas para avaliar o movimento. Quando percebe o melhor momento, aciona os demais para que anunciem o assalto.
"Todas as agências possuem câmeras de segurança, o que ajuda nas investigações. Algumas, pensando à frente, tem monitoramento 24 horas, o que facilita, já que podemos chegar no local no momento da ação", afirma o delegado.