(G1)
A mãe do menino Paulo Henrique, de 3 anos, encontrado morto dentro de um pula-pula inflável em uma praça de Sirinháem, no Litoral Sul de Pernambuco, confessou à polícia que estava bebendo em um bar próximo ao local quando o filho desapareceu, no último domingo (1º). A informação é do delegado titular de Sirinhaém e responsável pelo caso, Carlos Alberto Veloso, nesta quinta-feira (6), que alegou que o fato é um agravante. Ela foi ouvida novamente pela polícia na quarta.
"A mãe voltou atrás no depoimento dela, confessou que estava bebendo com amigas no bar quando a criança sumiu de onde ela estava", explica o delegado. Ainda segundo Carlos Alberto, ela saía do bar para catar latinhas e voltava. "Por duas vezes outra criança, de dez anos de idade, o levou até ela", detalhou.
Em uma dessas saídas, o menino foi brincar no pula-pula e não voltou. Inicialmente, a mulher negou o envolvimento com bebida alcoólica e defendia que estava apenas catando latas. No entanto, ela já havia confessado à polícia que realmente deixou o menino sozinho. "Ficou comprovado que houve abandono de incapaz", completa Carlos Alberto. As condições da morte do menino e a responsabilidade ainda estão sendo apuradas.
O laudo preliminar do Instituto Médico Legal (IML) aponta que a causa da morte de Paulo Henrique Ferreira foi uma pancada na cabeça, não asfixia como a família afirmou inicialmente. O delegado diz não acreditar que o garoto tenha morrido dentro do brinquedo. “Ninguém vai sofrer um traumatismo craniano dentro de um brinquedo de plástico, de borracha”, pondera Carlos Veloso.
O pula-pula era pequeno, um quadrado inflável de 4 x 4 metros, desinflado no final do dia e coberto por uma lona grossa. Ainda no domingo, o brinquedo foi queimado durante um protesto da população, depois que o corpo de Paulo Henrique foi encontrado. O delegado lamentou a destruição da prova, alegando que foram eliminadas possívels evidências que ajudariam no esclarecimento do caso.
Entenda
Paulo Henrique Ferreira, de 3 anos, foi encontrado morto no último domingo (1º) dentro de um pula-pula inflável montado em uma praça de Barra de Sirinhaém, na Zona da Mata Sul de Pernambuco. Os parentes passaram a noite fazendo buscas. A família chegou a contratar um carro de som, que rodou o município com a foto dele, pedindo ajuda à população. O corpo do menino só foi encontrado por uma prima por volta das 9h do domingo (1º).
A comerciante que alugava o pula-pula e outros brinquedos, Maria Nazaré Bezerra, de 50 anos, sentiu-se ameaçada após o incidente e saiu da cidade. Ela prestou depoimento no mesmo dia e foi liberada pela polícia.
“Era tudo pra mim aquele meu neto. Tudo que eu tinha na minha vida eu perdi”, afirmou o pescador José dos Santos Ferreira, avô da criança. Veja nos vídeos abaixo o que disseram outros parentes do menino.
O corpo de Paulo Henrique foi enterrado na tarde de segunda (2), no Cemitério de Barra de Sirinhaém. O resultado da perícia do Instituto de Criminalística (IC) deve sair em dez dias.