Publicada em 11/11/2015 às 10h44.
Suposto falso médico admite ter usado CRM de outro profissional
Bruno Mousinho se apresentou nesta terça à PF, onde prestou depoimento. Afirmou que utilizava registro de um médico, mas do que o denunciou.

Suspeito de exercer medicina ilegalmente nos estados de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, Bruno Maurício Costa Mousinho, de 33 anos, prestou depoimento na sede da Polícia Federal (PF) em Pernambuco, nesta terça-feira (10). Ao delegado André de Oliveira Barbosa, afirmou ser formado em medicina na Bolívia e admitiu utilizar um registro do Conselho Regional de Medicina de outro médico chamado Bruno, mas que não seria o de Bruno Tenório, que o denunciou.

 

Bruno Mousinho chegou à sede da PF, no Cais da Aurora, área central do Recife, acompanhado do irmão, o advogado Diego Mousinho. O depoimento durou aproximadamente uma hora e, na saída, nenhum dos dois quis falar com a imprensa. Os depoimentos do suspeito e do médico que fez a denúncia vão ser encaminhados para a Polícia Civil, que dará continuidade às investigações.

 

Ainda segundo o depoimento divulgado pela PF, Bruno Mousinho alegou que, apesar de ser formado na Bolívia, não chegou a dar entrada no diploma no país vizinho e preferiu, ao retornar ao Brasil, fazer vestibular. Ele garantiu que chegou a cursar medicina em João Pessoa (PB), mas por dificuldades financeiras, trancou o curso.

 

O suspeito revelou ainda, durante as declarações, que resolveu trabalhar como médico por ser formado fora do país. Para isso, realizou pesquisas na internet, e em seguida pegou o CRM de um médico de Alagoas e, depois, de um médico de Pernambuco, mas que nenhum dos dois seria Bruno Tenório.

 

Durante o depoimento, o suspeito reconheceu o prontuário apresentado pela PF como seu. "A Polícia Civil vai ainda aprofundar as investigações para verificar esses dados repassados por ele, como o fato de ter estudado medicina na Bolívia. Na atual conjuntura, ele pode vir a responder por falsidade ideológica, exercício ilegal da medicina e, se for verificado que algum paciente por ele medicado teve alguma piora, tentativa de homicídio", detalha o chefe de comunicação da PF, Giovani Santoro.

 

Ao fim do depoimento, Bruno Mousinho fez questão de dizer que apenas utilizou o registro de outro profissional, mas não teria falsificado qualquer documento. Ele afirmou ainda que, de fato, conhecia Bruno Tenório de um plantão em Carpina, na Mata Norte de Pernambuco, mas que não eram amigos.

 

Entenda o caso

 

A Polícia Federal identificou o suposto falso médico na última quinta-feira (5), depois que imagens de circuito interno mostraram-no circulando no Hospital João Murilo, em Vitória de Santo Antão. O suspeito estaria se passando pelo médico Bruno Tenório, de 30 anos de idade, que é clínico geral e fez a denúncia à PF na terça (3).

 

O caso veio a público depois que o médico Bruno Tenório encontrou evidências de que um homem estaria se passando por ele em uma unidade hospitalar municipal em Glória do Goitá, na Mata Norte de Pernambuco.

 

No dia 28 de setembro, quando o suspeito e a vítima se encontraram, o suposto falso médico seguia de Glória de Goitá em direção a Palmares, na Mata Sul, com um paciente entubado e em estado grave. Porém, como faltou oxigênio na ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), ele precisou parar no Hospital João Murilo, em Vitória, onde o verdadeiro Bruno trabalha, como mostram as imagens das câmeras de segurança. O suspeito, no entanto, se recusava a entrar na unidade de saúde - o que chamou atenção da equipe médica.

 

Bruno informou à Polícia Federal que já conhecia o homem de vista, já que os dois frequentaram a mesma faculdade particular de medicina em João Pessoa, na Paraíba, durante três semestres. Ele já havia denunciado o homem em janeiro, após ser notificado pelo Cremepe.

 

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