Publicada em 16/11/2015 às 10h56.
Ilha de Deus se mobiliza para preservar manguezal
Iniciativa comunitária acontece há um mês e é encabeçada pelo Caranguejo Uçá.

Toda segunda-feira é dia de mutirão de limpeza nos manguezais e arredores da Ilha de Deus, no bairro da Imbiribeira, Zona Sul do Recife. É essa a rotina no início da semana dos moradores da comunidade há, pelo menos, um mês. A mobilização sempre acontece das 7h às 11h. A iniciativa, encabeçada pelo movimento Caranguejo Uçá e batizada de “Segunda Limpa”, tem um único apelo: sensibilizar vários segmentos da sociedade a defender o belo manguezal que envolve a pequena ilha, encravada no estuário do rio Tejipió.


Para se ter ideia, a quantidade de lixo encontrada é o suficiente para preencher 40 sacos plásticos. Lembrando que cada um tem a capacidade para até 200 litros. São encontrados desde garrafas tipo pet, potes de margarina e iogurte, restos de estacas de madeira a bitucas de cigarro. Em uma das ações, os moradores chegaram a recolher pneus e até um vaso sanitário.


EMPONDERAMENTO - De acordo com um dos membros do Caranguejo Uçá, Edson Fly, a ideia da ação surgiu do entendimento da própria comunidade, que vive da pesca nos rios e mangues, de que ela pode contribuir com a manutenção da limpeza do local e a preservação do meio ambiente ao seu redor. “Com isso, a finalidade é ‘tecer’ uma corrente de proteção em torno do lugar e alertar para as agressões sofridas pelo ecossistema, que fornece a principal fonte de renda das pessoas que sobrevivem da pesca. Por isso se faz importante que também se faça a limpeza do entorno para que esse lixo não caia no rio”, explicou. Mesmo sendo um “trabalho de formiguinha”, como ele mesmo define, Fly acredita que esse olhar diferenciado para a Ilha de Deus faz uma grande diferença. “Somos poucos, mas somos muitos. E a grande moeda de troca é ver a ilha limpa, mostrar que se pode ter qualidade de vida com hábitos simples, como coleta seletiva”, explicou. A comunidade abriga cerca de 450 famílias.


Um dos moradores Fábio Romão ressaltou a importância da iniciativa. “Muita gente pensa que a comunidade ribeirinha é a principal responsável pela sujeira. E a gente, da Ilha de Deus, vem mostrar que nossa atitude quebra esse paradigma. Se muita gente aqui, como eu, sobrevive da pesca, por que vamos sujar o rio?”, indagou ele, que é diretor da Associação de Pescadores e Aquicultores da Ilha. Por lá, não há garis para fazer a varrição, o que é um motivo a mais para a comunidade se sensibilizar em recolher todo o entulho encontrado.


Apenas coletas domiciliares são feitas pela gestão municipal. “Eles não sabem o quanto nos ajudam com esse mutirão. Uma mão lava a outra. Facilita para os dois lados, pois à medida em que eles catam todo o entulho encontrado e ensacam, agilizam a nossa coleta”, elogiou Rivaldo José, 42, que há cinco anos vai diariamente à Ilha de Deus recolher o lixo domiciliar. Ele chega a reunir, por dia, cerca de duas toneladas.

 

FONTE: FOLHAPE

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