A dívida pública federal, que inclui os endividamentos interno e externo do governo, cresceu 3,16% em agosto deste ano, para R$ 2,68 trilhões, segundo informações divulgadas nesta segunda-feira (28) pela Secretaria do Tesouro Nacional. Em julho, o endividamento público estava em R$ 2,6 trilhões.
Os números oficiais mostram que o aumento da dívida em agosto deste ano está relacionado à apropriação de juros (juros que não são pagos e passam a fazer parte da dívida) sobre o estoque do endividamento brasileiro; com a emissão líquida de títulos públicos (o governo pegou mais recursos emprestados do que pagou dívidas já feitas); e também com a alta do dólar, que contribuiu para o aumento da dívida externa – que é na moeda estrangeira e, portanto, fica maior quando a cotação da moeda sobe frente ao real.
No mês passado, foram emitidos R$ 66,11 bilhões em papéis da dívida federal (ou seja, o governo pegou emprestado), ao mesmo tempo em que foram resgatados (pagos) R$ 20,67 bilhões. Com isso, a chamada emissão líquida (acima dos vencimentos) somou R$ 45,44 bilhões. Ao mesmo tempo, as despesas com juros totalizaram R$ 36,89 bilhões.
Somente a dívida externa subiu R$ 5,5 bilhões no mês passado, principalmente por conta da alta do dólar – apesar do resgate de R$ 4,52 bilhões no mês passado. Parte deste resgate líquido do mês passado se deveu ao fato de o Tesouro ter exercido a opção de recompra de US$ 1,15 bilhão em global 2040 (títulos da dívida externa com vencimento em 2040).
Programação para 2015
No início deste ano, a Secretaria do Tesouro Nacional informou que, após terminar 2014 em R$ 2,29 trilhões, a dívida pública pode chegar ao patamar máximo de R$ 2,6 trilhões no fechamento de 2015. As informações foram divulgadas por meio do Plano Anual de Financiamento (PAF).
No mês passado, porém, revisou esse teto para R$ 2,8 trilhões. Ou seja, informou que a dívida subirá mais em 2015. De acordo com o governo, as incertezas na economia internacional, e também no cenário doméstico, assim como o alto retorno pago pelo governo brasileiros nos títulos públicos - os juros reais brasileiros são os mais elevados do mundo - levou ao aumento da demanda por papéis da dívida pública.