O ex-deputado federal Luiz Argolo (ex-SD-BA) foi condenado a 11 anos e 11 meses de prisão pelos crimes de corrupção ativa e lavagem de dinheiro. A sentença do juiz Sergio Moro, da 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba (PR), saiu na tarde desta segunda (16). Segundo a sentença, Argolo recebeu propina de fornecedores da Petrobras de pelo menos R$ 1,47 milhão entre 2011 e 2014, período em que exercia mandato na Câmara dos Deputados.
O magistrado determinou que ele continue preso, fundamentando que, por se tratar de integrante de "um esquema criminoso de maxipropina e maxilavagem de dinheiro", sua soltura põe em risco a ordem pública e também pode permitir novos atos de lavagem de dinheiro. O fato de Argolo ser suplente de deputado federal pela Bahia pesou na decisão de manter a prisão. "Em liberdade, pode, a depender das circunstâncias, assumir o mandato parlamentar, o que seria intolerável", escreveu Moro.
Argôlo está preso desde abril de 2015. Um ano antes, após a deflagração da Lava Jato, vieram à tona as informações de que o deputado tinha despesas pagas pelo doleiro Alberto Youssef. O juiz determinou que Argolo devolva o valor estimado da propina e ainda pague multa de R$ 315 mil. No mesmo processo, o ex-deputado foi absolvido da acusação pelos crimes de peculato, corrupção e lavagem de dinheiro, envolvendo a compra de um helicóptero -que foi parcialmente pago pelo doleiro Alberto Youssef.
Moro deixou de condenar Youssef e Rafael Angulo López, funcionário do doleiro. Os dois são delatores. A reportagem não havia conseguido ouvir a defesa do ex-deputado até as 19h30 desta segunda.