Católicos acordaram espantados no último fim de semana em São José da Coroa Grande, Litoral Sul pernambucano. O elemento que furtou a paróquia, na madrugada do último sábado (14), voltou ao local do crime e deixou um desenho de coração na parede, causando indignação nos responsáveis pela instituição.

A invasão à igreja aconteceu na madrugada da sexta-feira (13/11) para o sábado (14/11). Um homem, que tentou invadir o local uma semana antes, causando danos nas paredes antigas, regressou e, após forçar a porta da sacristia, conseguiu o acesso à parte interna. Revirando gavetas e armários, ele não conseguiu encontrar valores em dinheiro, mas levou  um rádio e um aparelho de DVD.

Em entrevista à Nova Quilombo FM, o padre Gilberto Luna, pároco de São José, disse que, durante a missa noturna do sábado, explicou aos fiéis a cerca do furto. Mas, para o seu espanto, na manhã seguinte, o secretário revelou-lhe que o bandido havia regressado durante a noite e feito um desenho inusitado em uma das paredes:

- “Quando eu cheguei, na manhã do domingo (15/11), para celebrar a missa, o secretário paroquial me chamou para mostrar que o ladrão tinha voltado e desenhado um coração na parede, com o nome ‘JESUS’ escrito no meio e umas asinhas desenhadas por fora. Nós devemos ter muito cuidado, pois esse bandido tem personalidade anti-social, é perigoso e pode voltar”, alertou o padre.

Ainda segundo o sacerdote, o caso precisou ser registrado em boletim de ocorrência on-line, uma vez que não há policiais civis atendendo na delegacia municipal. Ele também critica o fato de uma cidade turística como São José ter apenas três policiais militares para coibir o crime em todo o município:

- “O pior é que nós fomos para delegacia e lá não encontramos a Polícia Civil. E só há três policiais militares na cidade, mesmo com tantos roubos diários. Isso é um absurdo!”, declarou.

Questionado se perdoa ou não o bandido, ele foi taxativo ao afirmar que o perdão deve ser dado sempre, mas que a Justiça precisa ser feita:

- “Todo cristão deve saber perdoar, mas não pode ser besta. As pessoas que cometem crimes precisam ser punidas, porque o perdão está sempre associado a um ato de Justiça”, finalizou.