Publicada em 14/03/2016 às 08h05.
INSS inicia mutirões para bebês com microcefalia em Pernambuco
Meta é acelerar atendimento às famílias. No ritmo normal, processo demoraria até quatro meses.

Famílias de bebês com microcefalia ganharam um aliado na busca pelo Benefício de Prestação Continuada (BPC), concedido a pessoas que têm a partir de 65 anos ou algum tipo de deficiência e que contam com renda familiar per capita de até um quarto do salário mínimo (R$ 220). Mutirões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) estão acelerando as etapas do processo, permitindo que, num mesmo dia, os interessados passem pelos setores administrativos, de assistência social e de perícia médica. Para se ter ideia, no ritmo normal, a espera pelo atendimento inicial pode durar até quatro meses. No Recife, a primeira ação ocorreu no último sábado, em duas agências, beneficiando cerca de cem pessoas. São Luís, Fortaleza e Salvador também receberam a iniciativa. De acordo com o INSS, já está sendo organizado um segundo mutirão, previsto para o próximo sábado.


O benefício concede o valor de um salário mínimo (R$ 880) aos beneficiários. Fará a diferença para a dona de casa Gabriela Alves de Azevedo, de 20 anos, que enfrenta o desafio diário de cuidar de Ana Sofia, de 4 meses, sem emprego ou qualquer outra renda fixa. E as necessidades do bebê com microcefalia só têm aumentado. “Se não fosse a ajuda da minha avó e da minha sogra, seria ainda mais difícil. Então, se esse benefício vier, vai ser uma grande ajuda”, relata a mãe, que participou do mutirão e aguarda, somente, o recebimento de uma carta com a informação do deferimento ou não do pedido de benefício. A correspondência deve chegar no período entre dez e 15 dias. “Eu havia dado entrada em outubro, e a perícia só estava marcada para o dia 29 de abril. Ainda iria demorar muito. Agora, estou mais aliviada porque consegui adiantar”, acrescenta Gabriela.


Quem se enquadra nos requisitos para solicitar o BPC pode agendar atendimento por meio do número 135. De acordo com o INSS, até antes do mutirão de sábado passado, cinco bebês já tinham se tornado beneficiários e 31 estavam com o pedido em avaliação, ou seja, ainda precisavam passar pela assistência social ou por perícia médica. Em Pernambuco, já há 1.722 notificações da malformação cefálica, 241 delas confirmadas.


A auxiliar de serviços gerais Rozilene Mesquita, 39, participou da ação, mas foi orientada a esperar mais por ter recebido aviso prévio de demissão. O primeiro atendimento dela, agendado em fevereiro, só deve ocorrer em 16 de junho. “Fui informada que, nessa situação, o pedido do meu filho poderia ser negado por eu ainda não estar, oficialmente, sem emprego”, conta a mãe, que não acredita estar ficando sem trabalho por ter tido um bebê com microcefalia. “Mais gente também está nessa situação. O INSS agora vai ser minha única opção. Mas, para mim, uma coisa é clara: meu emprego e dedicação agora são Artur”, diz, referindo-se ao filho.


FONTE: FOLHAPE

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