Publicada em 10/06/2019 às 16h15.
Nova armadilha de controle do Aedes aegypti é lançada no Recife
Projeto é uma parceria da PCR com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Amazônia e Ministério da Saúde.

 

Foto: Léo Malafaia/Folha da Pernambuco



Nova técnica de controle do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e Zika, foi lançada pela Prefeitura do Recife (PCR) nesta segunda-feira (10). O projeto, feito em parceria com a Oswaldo Cruz (Fiocruz) Amazônia e Ministério da Saúde, visa a implementar 700 estações disseminadoras com um larvicida diferente do que já vinha sendo usado no controle do mosquito desde 2017 nos bairros mais endêmicos do Recife.


O larvicida utilizado até o surgimento desse novo teste conseguia impedir o desenvolvimento normal dos mosquitos, de forma que o vetor morria ainda no estágio de larva. No entanto, por ser um inseticida letal aos mosquitos, o experimento servia apenas para o monitoramento e controle de áreas com maior incidência de arboviroses e para exterminar o vetor das doenças.


Diferente de outros testes, nas estações disseminadoras de larvicida que serão espalhadas a partir desta próxima quarta-feira (12) em pontos estratégicos, como casas, escolas e unidades de saúde, os próprios mosquitos, segundo a Fiocruz, serão responsáveis pela disseminação do inseticida Pyriproxyfen nos criadouros. Isso significa que o arbovírus, em contato com o inseticida, terá a capacidade de depositar o larvicida em ambientes que apresentam maior dificuldade de controle, como calhas e telhas.


Na prática, quando o mosquito adulto pousa sobre a armadilha, partículas do veneno entram em contato com os pelos da pata do inseto. O mosquito, então, dissemina o inseticida para outros criadouros. Apesar de não possuir capacidade letal imediata nos mosquitos adultos, o larvicida encurta a vida dos mosquitos e impede o desenvolvimento dos ovos fecundados.


Outra diferença é o tecido utilizado para o depósito do inseticida no recipiente. Como de costume, os recipientes serão vasos plásticos, com 40 centímetros em média de altura. O recipiente deve conter água, no intuito de atrair os mosquitos. Os larvicidas serão espalhados na superfície do vaso, que será coberto com um pano preto. As estações devem ser preservadas nas áreas externas dos locais selecionados.


De acordo com o gerente da Vigilância Sanitária do Recife, Jurandir Almeida, o projeto se apresenta como uma estratégia promissora no controle às arboviroses. “A estação disseminadora deve funcionar com um tecido sintético, que vai receber outro tipo de larvicida. Ao contrário do que vem acontecendo no cenário nacional, nossos casos têm baixado. O esforço é somar novas tecnologias para compor Recife nas estratégias de controle às arboviroses. Faz parte do treinamento já a instalação nas áreas escolhidas. É algo bem promissor”, destacou, enfatizando que a expectativa de eficácia do projeto varia de 80 a 90%.


Para José Joaquin Cortés, pesquisador da Fiocruz Amazônia, o mosquito que antes era inimigo será aliado no experimento. “Vamos utilizar o mosquito como drone. O mosquito vai voando e procurando os criadouros. A gente tem o projeto em oito capitais e temos conseguido reduzir significativamente as populações dos mosquitos. Fazendo isso em alguns locais temos até conseguido os impactos endemiológicos frente aos casos de dengue nas regiões”, explicou.


O pesquisador ressaltou que o Aedes aegypti se comporta de diferentes maneiras em regiões com características diferentes. Por isso, o desafio do experimento é saber se o resultado será aplicável no Recife. “Tudo o que tem demonstrado ser eficiente a gente trouxe para Recife para compor uma forte ação pública junto com as pessoas da cidade, no intuito de enfrentar e reduzir o problema das arboviroses”, afirmou Jailson Correia, secretário de Saúde do Recife.


O Amazonas foi o estado pioneiro na utilização das estações disseminadoras. Recife é a 14ª cidade a passar pelo treinamento. Ao todo, 70 técnicos serão treinados para instalar e monitorar as estações de disseminação de larvicida. A previsão é que as 700 estações sejam instaladas na cidade nos próximos 30 dias.


Bairros


A estratégia foi selecionar bairros com maior infestação do mosquito e risco de adoecimento. A maioria desses bairros são na Zona Norte do Recife: Ipsep, Água Fria, Cajueiro, Capina do Barreto, Fundão, Ponto da Parada, Hipódromo, Encruzilhada, Linha do Tiro, Casa Amarela, Jordão, Ibura, Dois Unidos, Imbiribeira, além de escolas e unidades de saúde vão receber as estações de disseminação.


FONTE: FOLHAPE.

 

 

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