Publicada em 19/11/2015 às 10h18.
Com falta de policiamento, população tenta se proteger em Tamandaré
Moradores do município do Litoral Sul reclamam da onda de assaltos. Apenas dois PMs atuam na cidade com população de 20 mil habitantes

Com medo da onda de assaltos que assola o município de Tamandaré, no Litoral Sul do estado, comerciantes e moradores tentam se proteger como podem. Eles reclamam da falta de policiamento na cidade com pouco mais de 20 mil habitantes. Por ser uma região turística, a população também está preocupada com a segurança dos visitantes que frequentam as praias de Tamandaré, Carneiros, Sirinhaém e Porto de Galinhas.


Para tentar preservar o que tem dentro dos imóveis, o cenário comum em Tamandaré é cerca, muro alto e grade nas entradas. A dona de casa Josefa Ferreira tem cão de guarda e ainda colocou espinhos no portão. “Eu não saio à noite, tranco a casa com cadeado e guardo a chave. Um dia mesmo ladrões foram na minha casa assaltar e eu tive que ligar para um coronel do Recife para ele mandar um policial à minha casa”, conta.


Durante a semana, algumas casas ficam desertas, já que muitas delas são de pessoas que viajam para aproveitar a praia apenas nos fins de semana. O caseiro Romildo da Silva diz que nunca viu tantos assaltos na região. “Quando é tempo de veranistas é que a bandidagem aumenta. Tamandaré está entregue às baratas”, avalia.


Os comerciantes também estão com medo dos assaltos. O jeito encontrado por eles é trancar as portas do estabelecimentos. “Os clientes, que não apareciam mais, estão voltando porque a gente trabalha assim, fechados”, conta a cabelereira Nilza Paula.


Moradores alegam que apenas dois policiais militares fazem a segurança da cidade. “O vizinho aqui do lado já foi assaltado, o dentista já foi assaltado e o rapaz que vende coxinha já foi assaltado também”, enumera a comerciante Sônia Ribeiro.


A padaria de Edvaldo Zacarias foi assaltada duas vezes em apenas um mês. Para tentar inibir a ação dos bandidos, o dono colocou câmeras de segurança, que conseguiram registrar o último roubo. “Quinze dias depois é que consegui falar com o policial e fazer o B.O [Boletim de Ocorrência], porque são só dois policiais para a cidade toda. Quando pega um preso vai para Palmares para ser ouvido lá. Enquanto isso, a delegacia [de Tamandaré] fica fechada. O cidadão fica sem segurança nenhuma”, desabafa. 


Nem a Igreja Matriz escapou da onda de crimes. O padre Arlindo Junior relembra que dois suspeitos arrombaram o templo e levaram equipamentos elétricos e objetos de uso carismático. Algumas peças foram recuperadas e o sacerdote ajuda às autoridades. Foi muito doloroso para nós saber que invadiram e quebraram a porta para roubar o sacrário e levar as hóstias consagradas. Toda comunidade ficou sentida. Quando fui à delegacia para pedir proteção do estado, o policial me orientou a fazer o B.O pela internet. Quem pode nos ajudar? Só Deus para ajudar”, reclama.


Policiamento


Dividindo o comando de duas delegacias, a de Tamandaré e do município de São José da Coroa Grande, mesma região do estado, o delegado Alexandre Henrique menciona que é difícil dar conta do trabalho devido à alta demanda, mas que está tentando encontrar uma solução. “A delegacia conta com quatro agentes e um escrivão”, enfatiza. Ele garante também que a questão da demora em realizar o B.O já foi solucionada.


Já o major Souza Filho, sub comandante do 10º Batalhão da Polícia Militar, anuncia que reforçará o policiamento de segunda a sexta-feira e não só nos fins de semana. “Já tomamos a providência de mandar mais policiais [para o município]. Agora, nós temos mais um batalhão com duas viaturas e quatro homens por guarnição. Dispomos também do Grupo de Apoio Tatico Itinerante (Gati), porque entendemos que é uma cidade turística e precisa de atenção”, completa.


G1

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