Foram registrados 127 casos da Síndrome de Guillain-Barré (SGB) após infecção viral neste ano em Pernambuco de acordo com o Ministério da Saúde e Secretaria Estadual de Saúde (SES). O número é seis vezes maior do que o de 2014, ou seja, houve um aumento de 500%.
Dos casos, 90 são provenientes dos registros do Sistema de Informações hospitalares (SIH) do SUS e 37 do programa de gestão em saúde, Hórus. Na maioria dos pacientes que tiveram a doença neurológica após uma virose, a presença de exantema na pele foi verificada. Foi confirmada, ainda, infecção pelo zika vírus em um dos doentes investigados pelo CpqAM/Fiocruz, ampliando a hipótese de que o zika vírus pode atacar células do tronco-cerebral.
O aumento dos casos registrados no SIH ocorreu a partir do mês de maio. Foram encontrados 119 prontuários dos quais 81 foram revisados pelo estudo. Neles, foram confirmados o diagnóstico de Guillain-Barré em 46 (57%). Destes casos, foram entrevistados 41 (89%) pessoas. A partir das entrevistas a associação entre a síndrome e a possibilidade de infecção prévia foi observada em 22 (54%) pacientes.
O quadro viral também apresentou em 51% dos pacientes dores nas articulações, febre em 54,5% e dor de cabeça em 50%. Dor muscular e prurido foram descritos em 40% dos casos cada. Dias depois da infecção viral mais de 90% dos pacientes apresentaram fraqueza muscular decorrente da SGB, e mais da metade relatou de outras alterações sensitivas e motoras. Entre os doentes 45,5% evoluiu para a cura. Brito destacou que a pesquisa reforça evidências até então supostas.
FolhadePE