Visita dos técnicos do IPA, coordenação do PA Miguel Arraes e representantes do Banco do Nordeste à AGROCAN. /Imagem: Caio Vitor Lima/ Portal Nova Mais
Fornecedores de cana-de-açúcar da Mata Sul de Pernambuco receberão, durante a safra 2019-2020, uma liberação de crédito para o aumento de produtividade no campo a partir de recursos do Banco do Nordeste. O apoio é uma conquista da coordenação do Programa de Assentamento Miguel Arraes e tem como objetivo estimular o crescimento do setor sucroacooleiro na região.
O anúncio foi feito durante visita, no último fim de semana, de técnicos do IPA (Instituto Agronômico de Pernambuco) e do banco estatal à sede da Usina Pumaty, administrada pela AGROCAN (Cooperativa do Agronegócio da Cana-de-açúcar de Pernambuco), em Joaquim Nabuco. O valor do subsídio será destinado à compra de material de enriquecimento e tratamento do solo, contratação de trabalhadores rurais, manutenção de maquinário e transporte, entre outras atividades agrícolas.
Durante o encontro na Usina Pumaty, o superintendente estadual do Banco do Nordeste, Ernesto Cruz, em entrevista ao Portal Nova Mais, destacou a importância desse investimento para auxiliar no incremento econômico da região e na aproximação direta com o setor produtivo no campo:
- “O objetivo dessa visita é fazer uma aproximação com os produtores e fornecedores de cana e com a AGROCAN no sentido de poder melhorar o processo de crédito, dentro dos critérios que o banco estabelece. Isso será importante para a região, um passo para o aumento da produtividade”, afirmou.
A análise da viabilidade e condições de produtividade dos fornecedores é feita por técnicos do IPA, que emitem relatórios a partir de estudos detalhados de rentabilidade do solo.
Submissão de projetos
De acordo com Cícero Mathias, engenheiro agrônomo do instituto, os fornecedores assentados precisam estar cadastrados em um programa de Agricultura Familiar, como umas das condições para a liberação do crédito:
- “ Primeiramente, o fornecedor deve ser enquadrado como agricultor familiar. Então a equipe técnica faz uma visita à propriedade, faz um levantamento da produção agrícola e, de acordo com isso, ele é enquadrado para receber uma DAP (Declaração de Aptidão), junto ao PRONAF. Mediante disso, a gente elabora uma proposta de crédito, encaminha ao banco e, depois da liberação, faz o acompanhamento técnico.”, disse.
De acordo com Gerson Carneiro Leão, presidente da AGROCAN, que atuou no apoio à coordenação do assentamento para a liberação dos recursos, no ano passado, houve a submissão de cerca de 200 projetos junto ao Banco do Nordeste. Esse ano, a cooperativa estima a necessidade de cerca de 1500 projetos, com vistas ao aumento do fornecimento de cana-de-açúcar para a Usina Pumaty.:
- “No ano passado tivemos mais ou menos 200 projetos, mas esse ano a gente precisa de pelo menos 1500. Então recebemos aqui o superintendente do Banco do Nordeste, que está disposto a liberar esse financiamento. A liberação desses créditos para os trabalhadores assentados, sobretudo no Assentamento Miguel Arraes, que é o maior da região, fará com que a produção volte ao que era no tempo da antiga Usina Catende.”, explicou.
Aumento de produtividade
Sede da Usina Pumaty, Joaquim Nabuco, PE/ Imagem: divulgação
A previsão da AGROCAN é moer este ano aproximadamente 900 mil toneladas de cana-de-açúcar. Com o aumento do plantio, contudo, esses números podem chegar a 1,5 milhões de toneladas.
A princípio, a liberação do crédito atenderá à cana-de-açúcar, com foco nos fornecedores da Pumaty, para a produção de etanol e, a depender do movimento do mercado nos próximos meses, à produção de açúcar.
A superintendência do Banco do Nordeste, entretanto, informou que o crédito poderá ser ampliado posteriormente para outros cultivos, como plantação de banana e atividade de piscicultura.