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Aumentou em 26,3% o número de novos casos de hanseníase detectados no Recife, de janeiro a junho de 2019. De acordo com boletim da Secretaria de Saúde (Sesau) do município, enquanto no primeiro semestre de 2018 houve 255 novos registros, no mesmo período deste ano subiu para 322.
Diante destes dados, a Prefeitura lançou, na quarta-feira (6), um guia prático para orientar e uniformizar a atuação de profissionais de saúde envolvidos no diagnóstico e cuidado aos pacientes com a doença. Durante o evento, ainda foi feita a entrega simbólica de mais de 360 maletas que contêm kits para realizar a avaliação do grau de incapacidade física, que ajudarão no diagnóstico precoce e interrupção da cadeia de transmissão da doença.
Segundo a Sesau, o aumento do número de casos novos notificados, pode ser resultado de uma melhor eficiência das ações de atenção e vigilância à saúde, mediante projetos implantados no município, impactando diretamente na redução da subnotificação desta doença.
Um exemplo disso é a Linha de Cuidado em Hanseníase, apresentada. O guia busca compartilhar com todos os profissionais o fluxo dos atendimentos dentro das unidades de saúde da Atenção Básica e referências secundárias, de acordo com o Ministério da Saúde.
Na Capital, todas as unidades de Saúde da Família realizam tratamento da doença. Na Policlínica Lessa de Andrade, na Madalena, funciona o serviço de sapataria, voltado para os pacientes de hanseníase que necessitam de calçados especiais. Para ter acesso ao serviço, é necessário que o paciente seja encaminhado pela unidade básica. A sapataria produz palmilha de descompressão, sandálias, dorso flexor, splinter entre outros.
Causada pela bactéria Mycobacterium Ieprae, a hanseníase é uma doença crônica e infecciosa de alto poder incapacitante, atingindo principalmente a faixa etária economicamente ativa. A coordenadora do Programa Municipal de Controle da Hanseníase, Sâmmea Granjeirom, explica que doença tem cura e o tratamento é feito com antibióticos, no período de seis a 12 meses.
Poucos dias após o início do tratamento, o usuário deixa de transmitir a doença. "O diagnóstico na maioria dos casos se dá a partir do surgimento de manchas na pele, que podem ser avermelhadas, acastanhadas ou alaranjadas. Mas existem situações sem lesões, que começa pelo nervo e identificamos pela apalpação", disse.
Ainda segundo ela, o contágio ocorre por meio das vias aéreas a partir de um contato próximo e prolongado com uma pessoa doente que não está em tratamento. "Se a doença não for tratada ela vai evoluir e a pessoa pode ter até incapacidade física, como a mão em garra e pé caído. Por isso, existe todo um estigma e preconceito em volta da doença. Precisamos de identificação precoce, pois quanto mais tarde o diagnóstico, maiores as complicações", disse.
FONTE: FOLHA PE