Publicada em 14/01/2020 às 12h33.
Posições sobre celibato causam polêmica no Vaticano
A polêmica surgiu no domingo (12), quando foi anunciado um novo livro assinado por Bento XVI e Sarah.

Imagem: reprodução do Google


Bento XVI não teria aprovado a publicação do livro escrito em conjunto com o cardeal Robert Sarah, no qual o celibato dos sacerdotes é defendido, disseram fontes próximas ao papa emérito a veículos de comunicação.


Uma guerra interna travou-se no Vaticano na noite passada, quando alguns meios de comunicação, incluindo o Corriere della Sera, publicaram uma versão de alguém que não se quis identificar, mas se disse próximo do papa emérito, afirmando que Bento XVI não teria escrito o livro "a quatro mãos" e que se trata de uma operação editorial midiática a que ele é totalmente alheio.


A mesma fonte explicou que o papa emérito "apenas disponibilizou a Sarah um texto sobre o sacerdócio que estava escrevendo" e que "não sabia nada sobre a capa de um livro, nem o aprovara".


Essas declarações provocaram uma reação dura do cardeal prefeito da Congregação para o Culto Divino, que afirmou no Twitter que acusá-lo de mentir era "difamação de extrema gravidade".


"Hoje à noite, eu comprovei a minha estreita colaboração com Bento XVI para escrever este texto a favor do celibato. Falarei amanhã, se necessário", acrescentou Sarah, que publicou as fotos de três cartas que Bento XVI lhe enviou.


As cartas confirmam que o papa emérito enviou um texto sobre o sacerdócio e o autorizou a publicar "da maneira que pretendia", mas não especificam em nenhum momento se é um livro, com uma introdução e uma conclusão assinada por ambos.


A polêmica no Vaticano surgiu no fim de semana, quando foi anunciado um novo livro assinado por Bento XVI e Sarah - um dos principais líderes da ala conservadora que critica as posições do papa Francisco -, no qual o celibato é defendido, diante da decisão que terá de ser tomada pelo papa argentino sobre a proposta de ordenar homens casados, feita no Sínodo.


Trechos do livro foram publicados no fim de semana no site do jornal francês Le Fígaro.


A obra, em francês, tem como título "Das profundezas dos nossos corações" (Des profondeurs de nos coeurs) e chegará às livrarias esta semana, enquanto o papa encerra a sua exortação apostólica após o Sínodo da Amazônia. Para muitos, esse é um movimento para pressionar Francisco.


Assim, surgiram novamente acusações de que Ratzinger, 92 anos, que há anos se limita a breves aparições gravadas ou fotografadas por um jornalista ou amigo que o visitou, nas quais quase nunca faz declarações e se percebe que fala com grande dificuldade, pode estar a ser manipulado pela área mais conservadora da Igreja.


Os veículos oficiais do Vaticano limitaram-se a garantir que no livro "os autores expõem as suas intervenções no debate sobre o celibato e a possibilidade de ordenar homens casados" e que Ratzinger e Sarah se definem como dois bispos que mantêm "obediência ao papa Francisco", de acordo com um artigo do diretor editorial Andrea Tornielli.


O responsável pela assessoria de imprensa, Matteo Bruni, disse que o papa Francisco sempre se opôs à eliminação do celibato, mas não se pronunciou sobre se Ratzinger concordou ou não com a publicação desse volume. 


FONTE: FOLHA PE 

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