Publicada em 26/01/2020 às 10h33.
Curso gratuito prepara alunos surdos para o vestibular
Professores se esforçam e contam com tradutores para ensinar usando a Língua Brasileira de Sinais. Aulas acontecem na UFPE.

Imagem: TV Globo 


Educação como forma de inclusão. Essa é a proposta de um projeto que oferece aulas gratuitas para preparar alunos surdos para o vestibular. No último sábado (25), os alunos chegaram cedo para o primeiro dia do cursinho, que conta com intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras), na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no Recife.


A novidade faz parte do Projeto Gradação, do Centro de Educação da UFPE. Esta é a segunda turma. Ana Raquel Espirito Santo, 17, fez o curso no ano passado e virou um exemplo para os alunos: ela estuda letras com especialização em libras. E quer mais. “Quero também fazer curso de Medicina. Quero tentar o Enem também”, revelou, com ajuda do intérprete.


Com a ajuda do intérprete voluntário Bruno Cardoso, o estudante Jadilson Paulo da Silva, de 19 anos, contou que vai tentar uma vaga na universidade. “Tem muita barreira, principalmente na redação. É muito difícil, mas tudo isso é experiência para a gente se desenvolver. E eu tenho certeza que vai melhorar”, disse.


Todos os dez alunos vieram de escolas públicas. Professores voluntários ensinam as diferentes disciplinas de um cursinho pré-vestibular.


“Eles recebem o apoio da equipe psicopedagógica, que ajuda a avaliar as dificuldades de aprendizagem. Tem equipe de serviço social e todo um corpo que ajuda os estudantes a passar no vestibular”, destacou Amaral dos Santos, que foi o criador do cursinho.


Os professores se esforçam para ensinar usando Libras, mas uma equipe de voluntários está sempre em sala de aula pra traduzir o conteúdo.


“Quando o Projeto Gradação começou, eu já era aluno da universidade e trabalhava como intérprete. Sou bolsista intérprete. E o que a comunidade surda fez por mim e faz até hoje é ajudar. Eu preciso retribuir”, declarou o intérprete voluntário Bruno Cardoso.


Com a ajuda dos professores e intérpretes, Monique Nascimento Costa, de 17 anos, ganhou mais confiança para tentar uma vaga no curso de enfermagem. “Quero fazer o Enem e quero participar desse evento que é uma grande luta para os surdos”, relatou.


Incluir, ultrapassar barreiras, democratizar o acesso à universidade. Na sala de aulas em Libras, a principal lição é de cidadania.


“Quando a universidade abre as portas para estudantes de escolas públicas, surdos, deficientes, estudantes que não teriam oportunidade, toda a sociedade ganha. Você promove inclusão e a universidade pública começa, de fato, a cumprir o seu papel social”, observou o professor José Luiz Simões, orientador do curso.


O curso do Projeto Gradação é aberto para alunos que vieram de escolas públicas também. As inscrições vão até o dia 30 de janeiro pelo site do projeto. 


FONTE: G1

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