André deixou o Sport pelo Grêmio no início de 2018 — Foto: Aldo Carneiro (pernambuco Press)
Notificado pela Fifa em março deste ano, o Sport corre contra o tempo para cumprir com o prazo de 45 dias (até 18 de abril) para quitar uma dívida em R$ 5,5 milhões com o Sporting, de Portugal. O débito é referente à compra do atacante André, adquirido ainda em 2017.
Devido à pandemia do novo Coronavírus, no entanto, que paralisou competições no Brasil, e impacta o futebol a nível mundial (com a suspensão das Eliminatórias para a Copa do Mundo, além do adiamento da Copa América e da Eurocopa ), o Rubro-negro acredita em uma prorrogação da data limite para o pagamento. A visão otimista parte do presidente do Leão, Milton Bivar.
"Não tenho a menor dúvida de que vai acontecer (um adiamento). Não só em relação a Fifa, como tudo. Até porque o mundo está parado. Ninguém está pagando e ninguém está recebendo."
Procurada pela reportagem, a entidade preferiu não tomar uma posição definitiva. Consultada, posicionou-se por meio de um porta-voz reiterando a mesma fala de quando confirmou a notificação oficial aos clubes, no dia 4 de março.
- Observe que a decisão ainda não é final e obrigatória. De acordo com a prática padrão, entenda que não podemos comentar mais sobre o assunto neste estágio.
Caso não solucione a dívida dentro do prazo estabelecido pela FIFA, o Sport corre o risco de ser punido com até três janelas sem poder inscrever jogadores. Assim, ficaria por um ano e meio sem reforços. Ao fim da data limite, o clube também fica sujeito a sanções como perda de pontos e até mesmo rebaixamento.
Desde que o Sporting acionou o Rubro-negro na FIFA, a diretoria tenta chegar a um acordo com o clube português. Irredutível na negociação, exigindo o pagamento à vista, o Alviverde negou a proposta de parcelamento e também os direitos econômicos do atacante Juninho e do zagueiro Adryelson, que foram oferecidos pelo Sport.
Apesar disso, o Leão segue otimista na tentativa de acertar um acordo através da Confederação Brasileira de Futebol, além de outros meios, diz Milton Bivar.
"Isso está previsto. A gente está trabalhando, acho que vamos conseguir. Não é só via CBF, mas também com colaboradores."
André jogou a Série A de 2015 e depois de 2017 pelo Sport — Foto: Aldo Carneiro/ Pernambuco Press
A questão financeira é um problema antigo na negociação da dívida de André. É o maior montante devido pelo clube em relação a um mesmo atleta.
Com a pandemia do Covid-19, no entanto, o cenário se tornou mais crítico. Uma vez que, com a paralisação das competições, o Sport perdeu a receita líquida dos jogos como mandante por tempo indeterminado, ao mesmo tempo em que precisa arcar com os pagamentos que mantém o clube funcionando (como pagamento de salários).
A projeção do Rubro-negro no orçamento aprovado pelo Conselho Deliberativo em outubro do ano passado é de arrecadar R$ 5,8 milhões em bilheterias. Após sete jogos como mandante em 2020, o Sport lucrou R$ 306 mil.
FONTE: GLOBOESPORTE.COM/PE