Publicada em 20/06/2020 às 10h52.
Copa de 1970: Brasil celebra 50 anos do tricampeonato mundial
Seleção Brasileira da Copa de 1970 encantou o mundo com uma constelação de lendas do futebol.


Seleção venceu todos os seis jogos do Mundial - Foto: Fifa


Seleção Brasileira de 1970 existiu. Não é lenda ou, para usar um termo atual, "fake news". Pode checar essa informação. Procure vídeos da Copa do Mundo realizada há exatos 50 anos. Faz muito tempo, mas não a ponto de impedir a existência de imagens inesquecíveis. Leia também relatos da época. É quase uma unanimidade dizer que o time que tinha Pelé, Jairzinho, Rivellino, Gerson, Tostão e companhia foi o melhor já visto na história do esporte. Não é mero ufanismo, nem coleção de hipérboles. O “País do Futebol” viveu seu auge há 50 anos, com o tricampeonato mundial, no México. 


Para recontar a história do Brasil de 70, a Folha de Pernambuco teve a ajuda de dois ex-atletas que integraram o escrete canarinho: Gérson e Jairzinho. Artilheiro da seleção no torneio, com sete gols - único jogador a balançar as redes em todas as partidas de um Mundial -, o camisa 7 citou que nem só de talento se fez o sucesso.


"O Brasil de 66 foi um fracasso. Eu estava lá e posso dizer que não nos preparamos bem. Em 70, não. Tivemos um planejamento bem feito pelo João Saldanha (então treinador), mas houve aquele contratempo com os dirigentes e ele caiu, dando lugar a Zagallo". A versão mais famosa quanto ao estopim da demissão do técnico envolve uma frase dita ao não aceitar a pressão do presidente brasileiro da época, Emílio Garrastazu Médici, que queria o atacante Dario, o Dadá Maravilha, entre os convocados: "ele escala o ministério dele que eu escalo meu time”, sentenciou Saldanha.

 

Com a entrada de Zagallo, o Brasil se destacou pela preparação física e organização tática. "Treinávamos dois períodos, três horas cada. Ele fez a gente sair do 4-2-4 fixo para o 4-3-3. Botou cinco 'camisas 10': Gerson, Rivellino, que entrou na vaga de Edu, Tostão, Pelé e eu", relembrou o Furacão da Copa. Opinião partilhada por Gerson. "Ganhamos a maioria dos jogos no segundo tempo. Além disso, Rogério (atacante), cortado por contusão, nos ajudou fotografando o modo como os outros times defendiam e atacavam", disse o Canhotinha de Ouro.


Situado no Grupo 3, o Brasil enfrentou Tchecoslováquia, Inglaterra e Romênia na primeira fase. A estreia foi contra os tchecos, vencendo por 4x1, com dois passes de Gerson. "Tínhamos um entrosamento de olhos fechados. Ele já sabia como eu gostava de receber a bola. Primeiro, ele deu um lançamento preciso para o Pelé. Depois, para mim. Matei no peito, dei um lençol no goleiro e marquei o gol", contou Jairzinho.


O jogo de abertura ficou marcado também por outro lance. “Pelé quase fez um gol do meio-campo. Aliás, ele por pouco não fez três golaços na Copa. Teve ainda a cabeçada contra a Inglaterra, com a defesa famosa de Banks, e o drible que ele deu no Mazurkiewicz (goleiro do Uruguai), chutando para fora. Se aquela bola entra, seria o maior gol da história do Pelé”, apontou Gerson. A partida contra os ingleses foi vencida por 1x0. Contra os romenos, triunfo por 3x2. No mata-mata, o Brasil passou por Peru (4x2) e Uruguai (3x1).


A final foi um “passeio”. E quem usou esse termo foi Nelson Rodrigues, no artigo que publicou no jornal O Globo, um dia após a goleada por 4x1 em cima da Itália, que deu a taça Jules Rimet ao Brasil. “E nós, ontem, demos um passeio (...) Os gols brasileiros foram obras de arte, irretocáveis. A cabeçada de Pelé, na abertura da contagem, foi algo de inconcebível”, citou. Além do camisa 10, Carlos Alberto, Jairzinho e Gerson anotaram os tentos.


O apito final, com direito a invasão no gramado do estádio Azteca, no México, decretou a glória do tricampeonato ao Brasil. "A verdade é que não tínhamos ideia da dimensão do que fizemos. Lembro que, na volta, a gente levou quatro horas do aeroporto até Copacabana. Uma multidão estava nos esperando", cravou o "Furacão". "De vez em quando eu boto um video para matar a saudade. Uma seleção como aquela não existirá nem no próximo século”, concluiu Gerson.


FONTE: FOLHA PE 

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