Publicada em 18/08/2020 às 13h51.
Tio acusado de estuprar menina de 10 anos no ES confessou crime 'informalmente', diz polícia
Homem de 33 anos, que seria companheiro de tia da criança, admitiu autoria dos abusos antes de depoimento oficial; ele está a caminho de Vitória após ser preso em MG.


Viaturas da Polícia Civil em Vitória (ES) Foto: Leonardo Duarte / Secom-ES/13-


O homem acusado de estuprar uma menina de 10 anos em São Mateus (ES), que foi preso na madrugada desta terça-feira em Betim (MG), confessou "informalmente" o crime à polícia, informou à reportagem o superintendente da Polícia Regional Norte do ES, Ícaro Ruginsk. Ele está a caminho de Vitória, onde prestará depoimento.  A criança, que realizou um procedimento de aborto na última segunda-feira e tem quadro estável, relatou que o tio, de 33 anos, abusava dela desde que tinha 6 anos.


A polícia também confirmou a veracidade de um vídeo que circula nas redes sociais no qual o acusado, que será indiciado por estupro com agravamento da pena pela gravidez, pede que o material genético do feto, colhido pela Polícia Científica de Pernambuco na última segunda-feira, também seja comparado com o DNA do avô da menina e de um outro tio, que morariam na mesma casa.


Uma coletiva sobre o caso está sendo conduzida pela Polícia Civil em Vitória desde as 12h desta terça-feira. O destino final do acusado ainda não foi determinado. Segundo a corporação, ele foi encontrado a partir do trabalho de Inteligência da polícia.


Antes de fugir para Betim, teria passado pela Bahia, de onde conseguiu fugir para Nanuque (MG), município próximo à divisa capixaba e baiana, e posteriormente para a casa de parentes em Betim, a 630 km de distância. Com medo de "morrer", segundo o próprio acusado, decidiu procurar as autoridades para se entregar.


A investigação irá transcorrer em sigilo, segundo a Polícia Civil capixaba. A vítima passou mal em casa no último dia 7 e foi levada a um hospital de São Mateus reclamando de dores abdominais. Desconfiados, médicos resolveram fazer um teste que atestou a gravidez e procuraram imediatamente as autoirdades policiais, que começaram a apurar o caso.


Criada por avós pobres


Fontes próximas à família ouvidas pelo GLOBO contaram que o acusado não é tio de sangue da vítima, mas companheiro da tia da menina, e teria uma filha "de 5 ou 6 anos" que moraria na mesma casa que a criança abusada em São Mateus. Segundo a Polícia Civil, a menina era criada pelos avós, que trabalham como ambulantes vendendo cocos na praia do município capixaba. A mãe, falecida, teria sido andarilha. O pai, por sua vez, está preso.


Na confissão informal, o acusado disse manter um "relacionamento" com a menina desde 2019 e que havia "consentimento". No entanto, pela lei brasileira, o consentimento só pode ocorrer a partir dos 14 anos. Há jurisprudência pacificada por parte do Supremo Tribunal Federal (STF) de que atos sexuais antes dessa idade contam com "presunção absoluta de violência". Além disso, a vítima afirma que a violência começou aos seis anos, o que coincide com o período do regime semiaberto e posterior libertação do acusado.


De acordo com a Secretaria de Justiça do Espírito Santo, o acusado cumpria regime semiaberto há três anos, depois de ser condenado por tráfico de drogas em 2013. Ele havia sido preso pelo crime em 2011, segundo a pasta. Em 2014, fugiu após uma saída provisória e foi recapturado em 2015. A partir de 2017, entrou para o semiaberto e passou a retornar para a prisão apenas durante a noite. No ano seguinte, recebeu um alvará e foi libertado. Os abusos teriam ocorrido durante este período.


Mudança de identidade


A menina, que contou ter sido abusada desde os 6 anos, estava com quadro de diabetes gestacional e já tinha 22 semanas de gravidez. Segundo médicos, havia risco de morte caso a gestação fosse levada a termo. O procedimento abortivo, garantido em lei para vítimas de estupro e gravidez com risco de óbito, foi concluído na última segunda-feira.


A criança precisou ser transferida para Pernambuco para a realização do aborto, depois que um hospital capixaba não aceitou realizar o procedimento alegando questões técnicas. Depois da divulgação do local em que a menina faria o procedimento pela extremista Sara Giromini, o hospital onde a criança estava internada no Recife foi alvo de protestos de religiosos. A família da vítima também foi alvo de intensa pressão contra o aborto.


De acordo com o G1, a Polícia Científica de Pernambuco coletou amostras de DNA do feto e da menina por determinação da Justiça capixaba. Dessa forma, o perfil genético do acusado poderá ser comparado com o material para configurar a chamada "paternidade criminosa".



FONTE: OGLOBO.GLOBO.COM

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