Cerca de 400 alunos de programas sociais de artes marciais do Recife, além do público pernambucano em geral, lotaram o ginásio do Sesc de Santo Amaro, ontem à noite, para prestigiar o 30º Superdesafio BRA de Judô. A disputa, de caráter amistoso, colocou Brasil e Canadá frente a frente, sendo os brasileiros absolutos, vencendo o torneio por 7x0.
Entre os competidores, um, em particular, pisou no tatame com um gostinho ainda mais especial. O pernambucano Gabriel Pinheiro (66kg), de 21 anos, derrotou o canadense Gueorgui Poklitar e foi para os braços da torcida. “Sempre que entro para lutar, estou longe de casa e da minha família. Competir aqui, olhar para a torcida e ver aquelas pessoas que estão comigo no dia a dia é uma sensação muito gostosa. Fiquei satisfeito com o resultado e estou muito feliz”, disse o recifense que, no ano passado, se tornou o primeiro atleta do Estado a integrar a seleção olímpica de judô.
Gabriel entra como judoca reserva na Rio-2016 por conta da sua posição no ranking internacional (144º), e pode duelar no Rio de Janeiro caso algum atleta titular se lesione. A possibilidade orgulha o lutador, mas ele prefere manter os pés no chão. “Já estou muito feliz de estar na seleção principal. Mas se não der agora, meu objetivo se torna os Jogos de 2020”, completou.
É justamente projetando a próxima edição das Olimpíadas que o treinador brasileiro Douglas Potrich prepara a equipe, intitulada por ele como Geração 2020. “Nosso atletas tiveram um bom desenvolvimento. São lutadores que, apesar de jovens, já vem disputando competições internacionais e conquistando medalhas importantes. Isso os deixa ainda mais preparados para figurarem na equipe principal. É extremamente importante aprender a lidar com a pressão, então isso tem que interferir positivamente", disse o treinador, que arrematou: "Acredito muito que são fortes candidatos para estarem em 2020 e 2024”.
Folha PE