Publicada em 01/03/2021 às 13h18.
Fertilidade masculina pode ser afetada por diversos fatores e exige hábitos saudáveis
Tratada com cirurgia, a varicocele é uma das causas mais comuns da perda de fertilidade nos homens. Acompanhamento médico é fundamental.

Adriano Negreiros, 36, com o filho, Júlio César, 1 - Foto: Ed Machado/Folha de Pernambuco


Depois de quase um ano tentando ter um filho, Adriano Negreiros, 36, foi com a mulher, Renata, procurar uma ajuda especializada. No meio da rotina de exames e consultas, encontrou-se, em cada um, uma razão que os impedia de aumentar a família. Ela tinha um problema na tireoide; ele, nos testículos.

“Fiz o espermograma e fui verificar que a contagem dos espermatozoides estava praticamente no limite para baixo. O médico pediu uma ultrassom e aí foi verificado que tinha varicocele”, conta o analista de sistemas.

Uma das causas mais comuns da infertilidade masculina, a varicocele consiste em uma alteração nas veias que envolvem os testículos, como pequenas varizes que atrapalham a passagem do sangue.

Em geral, não provoca sintomas, embora possa causar dores e desconforto na ejaculação em alguns pacientes, e se desenvolve em uma das duas glândulas sexuais, o que já pode comprometer a capacidade de reprodução. No caso de Adriano, foi nos dois lados.

Com o diagnóstico fornecido pelo exame de imagem, o problema foi resolvido por meio de um procedimento cirúrgico. “Como as veias estão doentes, o sangue permanece mais tempo em contato com o testículo do que deveria, e aí há uma alteração de temperatura e de algumas substâncias”, explica o urologista Carlos Brandt, que atendeu Adriano. “Então, a cirurgia é basicamente você estimular a circulação sanguínea a correr pelas veias saudáveis”.

Feita a correção, o espermograma, exame que avalia a produção de espermatozoides e a qualidade do esperma a partir da coleta do sêmen, demonstrou a evolução das taxas e, sete meses após a cirurgia, Renata - que, a essa altura, também já concluía o tratamento da tireoide - descobriu que estava grávida de Júlio César, hoje com 1 ano de idade.

“Ela engravidou um mês depois do prazo que ele (o médico) falou que faria efeito. A gente achou que levaria mais tempo tentando, mas acabou vindo naturalmente”, celebra.

Olhando para trás, ele acha que deveria ter checado até mesmo antes do casamento. “Às vezes é um tabu o homem não olhar a própria saúde. E a gente teve a sorte de conseguir um pouco mais de seis meses depois de diagnosticar o problema. Mas tem casais que tentam durante muito tempo e isso pode ser frustrante para o casamento”, comenta.

Fatores de interferência


A varicocele é apenas uma, embora das mais comuns, causas da redução da fertilidade masculina, que pode ser afetada por fatores muito diversos. Não há uma forma certa de prevenção; por isso, a avaliação médica é fundamental.

“Há causas congênitas, como falta de um dos testículos ou infecções testiculares na infância, e adquiridas, como causas virais, uso de drogas e medicamentos, tabagismo”, explica o médico urologista Carlos Brandt, destacando que, em geral, a maioria dos casos é reversível.

“Cada situação específica, normalmente, tem uma saída, se não a resolução completa, a melhora significativa. E em última análise, é muito difícil a gente não conseguir uma amostra mínima nem que seja para uma fertilização”, diz.

Entre os fatores que podem levar à esterilização, estão infecções, como a caxumba, hábitos cotidianos e, até, o calor. Assim, usar calças muito apertadas e trabalhar em locais abafados e com exposição à radiação, por exemplo, pode afetar a saúde do sistema reprodutor, assim como o consumo de bebida alcóolica e cigarro.

Doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, e tratamentos de câncer com quimioterapia também podem interferir na capacidade de reprodução do homem. “Em resumo, quanto menos substâncias específicas cheguem ao testículo, melhor”, afirma.

Pesquisas recentes também constataram alguma interferência da Covid-19 na fertilidade. Essa relação ainda não foi totalmente desvendada, mas acredita-se que a doença provocada pelo novo coronavírus possa atingir os testículos de forma semelhante à caxumba.

“Foi visto que alguns pacientes tiveram queixa de desconforto testicular. E, nesse processo, a Covid, assim como a ‘papeira’, poderia causar um processo inflamatório no testículo”, explica.

A depender de cada situação, a resolução pode passar por cirurgias ou medicamentos que estimulem a produção de espermatozoides. No caso das infecções, após a prescrição de remédios que combatem a inflamação nos testículos, é preciso acompanhar, por meio do espermograma, as taxas de fertilidade do paciente.



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