Conselheiros tutelares de Maragogi, no Litoral Norte de Alagoas, suspenderam, na quarta-feira (03), o atendimento no prédio-sede, localizado no Conjunto Evangélico (Candinha). Eles alegam que estão sem condições de trabalho e que no dia 10 de agosto completam-se dois meses sem receber salários.

Com um computador quebrado e uma impressora sem tinta, os conselheiros confeccionaram e distribuíram um comunicado manuscrito à imprensa local, informando os motivos que levaram ao fechamento da sede. Relatam no documento que, a partir desta quarta-feira, passam a realizar atendimentos nas suas próprias residências, mas apenas para os casos emergenciais. Fixaram ainda um cartaz na parede do Conselho Tutelar.

Eles reclamam da falta de privacidade e de segurança para trabalhar, uma vez que as portas que fecham os cômodos internos do prédio não possuem fechaduras; também não há ventiladores no imóvel.

Os conselheiros recordam que receberam, recentemente, um carro novo, um refrigerador e um bebedouro, mas os computadores, que fazem parte do kit enviado pelo governo federal, ainda não foram entregues. Relatam também que enfrentam dificuldades para abastecer a viatura, que já chegou a ficar 15 dias parada por falta de combustível. A situação de precariedade se arrasta há cerca de um ano, denunciam.

Os cinco conselheiros se reúnem nesta tarde para avaliar uma proposta que, segundo eles, foi apresentada pela prefeitura para pagamento dos salários atrasados.

Proposta

O município informou, através da assessoria de imprensa, que fará, nesta quarta-feira, o pagamento de um dos salários atrasados e que no próximo dia 10, quita o outro.

Sobre os computadores e uma impressora multifuncional que ainda não foram entregues, a prefeitura esclareceu que isso depende do governo federal e que já cobrou, por diversas vezes, o recebimento dos equipamentos.

A gestão garante que não há dificuldades para abastecer a viatura do Conselho Tutelar. O procedimento obedece a um cronograma. Destacou, inclusive, que veículo foi abastecido na terça-feira (02).

Reunião

Após a reunião, os conselheiros decidiram que vão manter a sede do órgão fechada e que continuarão realizando os atendimentos em casa, para os casos emergenciais, até que a prefeitura atenda todas as reivindicações.

De acordo com eles, não basta manter os salários em dia, é preciso que o município garanta as condições mínimas de trabalho para que os atendimentos voltem a ser realizados normalmente na sede do Conselho Tutelar dos Direitos da Criança e do Adolescente de Maragogi.

GW