Publicada em 15/07/2017 às 10h10.
Corpo queimado em canavial é de rapaz morto pela mãe por ser gay
Itaberli Lozano, de 17 anos, foi esfaqueado pela mãe e teve o corpo queimado com ajuda do padrasto, diz polícia.

 

 

 

Imagem postada em rede social mostra Itaberli ao lado da mãe (Foto: Reprodução/Facebook)
Imagem postada em rede social mostra Itaberli ao lado da mãe (Foto: Reprodução/Facebook)
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo confirmou que o corpo encontrado carbonizado em um canavial de Cravinhos (SP) é de Itaberli Lozano, de 17 anos, morto em dezembro de 2016. Com o exame positivo do DNA, a família pode, enfim, enterrar o jovem, sete meses após o crime.

As investigações apontam que Lozano foi morto dentro de casa pela mãe, Tatiana Lozano Pereira, que contou com a ajuda de outros três jovens. Em seguida, ela e o marido, padrasto da vítima, queimaram o corpo às margens da Rodovia José Fregonsei. O Ministério Público ainda acusa Tatiana de homofobia. Todos os suspeitos estão presos.


O teste de DNA foi feito no mês passado e o material recolhido para análise foi do avô paterno de Itaberli. É o segundo exame pedido pela investigação, já que o primeiro, com material da mãe, foi inconclusivo.

 

Itaberli foi morto ao chegar em sua casa em Cravinhos no fim de dezembro (Foto: Reprodução / EPTV)
Itaberli foi morto ao chegar em sua casa em Cravinhos no fim de dezembro (Foto: Reprodução / EPTV)

 

 

A família cobrava um laudo final para poder sepultar o corpo, que permanece no IML de Ribeirão Preto (SP) desde que foi encontrado.


O delegado Helton Henz, que investiga o caso, teve acesso ao exame na manhã desta quinta-feira e o encaminhou ao poder judiciário para ser anexado ao processo. A família também será comunicada pela Polícia Civil. Ele afirma que as investigações não mudam com o resultado do exame.

O caso

 

Itaberli Lozano foi morto na madrugada do dia 29 de dezembro a facadas, dentro de casa pela própria mãe, a gerente de supermercado Tatiana Lozano Pereira, de 32 anos, que confessou o crime e foi presa.


Tatiana afirma ter sido ajudada por Victor Roberto da Silva, de 19 anos, e Miller da Silva Barissa, de 18, que foram aliciados por ela para armar uma emboscada e dar um “corretivo” em Itaberli.

 

Taiana Lozano está presa desde janeiro deste ano na Penitenciária Feminina de Tremembé, SP (Foto: Ronaldo Gomes/EPTV)

Um dos jovens confessou ter espancado a vítima, enquanto o outro disse que apenas conversou com o rapaz. Segundo a Polícia Civil, no entanto, ambos espancaram e enforcaram a vítima, antes de a mãe esfaquear o próprio filho. A dupla foi presa no dia 13 de janeiro.


Duas semanas depois, uma estudante de 16 anos foi apreendida, após confessar, em depoimento, que presenciou o momento em que Tatiana matou o filho. A Promotoria acredita que a menor participou diretamente da morte de Itaberli.

O tratorista Alex Pereira e a gerente de supermercado Tatiana Lozano Pereira são suspeitos do crime (Foto: Reprodução/Facebook)
O tratorista Alex Pereira e a gerente de supermercado Tatiana Lozano Pereira são suspeitos do crime (Foto: Reprodução/Facebook)

 

Processo

 

Testemunhas de acusação do caso, incluindo familiares de Itaberli, já começaram a ser ouvidas pela Justiça no Fórum da cidade. O caso segue em sigilo e o Ministério Público acredita que as provas colhidas até o momento são suficientes para levar todos os suspeitos a júri popular. Uma nova audiência está marcada para o dia 2 de agosto. Testemunhas de defesa e réus ainda não prestaram depoimento.


O MP também acredita que a mãe do jovem, além de responder por homicídio qualificado assim como os outros suspeitos e ocultação de cadáver junto com o marido, deve ser julgada, também, por homofobia. Nas redes sociais, dois dias antes de morrer, o jovem disse ter sido agredido por ela pelo fato de ser gay.


“Na legislação atual não existe lei específica de homofobia. O que existe são as motivações que qualificam o crime, ou seja, o tornam mais grave. Um deles é a torpeza e, nesse caso, a homofobia é um motivo torpe, repugnante”, diz o promotor Wanderley Trindade Junior.


Já a Polícia Civil sustenta a hipótese de conflito familiar, alegando histórico de agressões entre ambos.


 

 

 

G1

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