Publicada em 05/02/2016 às 16h13.
Ministério Público reabre inquérito após suspeitas de ligação com filho de Lula
Luís Cláudio é suspeito de ter recebido dinheiro do lobista Mauro Marcondes Machado para prestar serviço de consultoria esportiva.

Informações apuradas pela Operação Zelotes que indicam que o contrato bilionário de compra dos caças suecos Gripen pelo governo brasileiro pode ter sido resultado não apenas de avaliação técnica, mas também da influência de lobistas com corrupção de agentes públicos, levaram o Ministério Público Federal a reabrir o inquérito que apura a compra dos caças, que estava arquivado desde o ano passado. 


O desarquivamento do inquérito foi determinado pelo procurador da República Anselmo Henrique Cordeiro Lopes, conforme despacho obtido pelo R7. No despacho, o procurador explica que, apesar de o inquérito ter sido arquivado porque as investigações mostravam que o processo de compra tinha seguido critérios meramente técnicos, as novas informações obtidas pela Zelotes colocam novamente em dúvida a real motivação da escolha dos caças suecos. 


De acordo com o procurador, os novos elementos e indícios indicam que "o contrato administrativo internacional investigado neste inquérito civil pode ter resultado não apenas de critérios técnicos que indicavam a preferência militar pelo projeto Gripen NG, mas também de possível influência indevida exercida, supostamente, pelos ali investigados Mauro Marcondes Machado e Cristina Mautoni. Essa influência indevida, possivelmente, exerceu-se por meio da corrupção de agentes e/ou ex-agentes públicos federais".


O despacho não cita, mas as investigações da Zelotes apontam uma ligação de Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com a compra dos caças. Luís Cláudio é suspeito de ter recebido dinheiro do lobista Mauro Marcondes Machado para prestar serviço de consultoria esportiva. A suspeita é de que os serviços nunca foram prestados e que o dinheiro repassado pelo lobista ao filho de Lula, R$ 2,5 milhões, seria usado para compra de MPs (Medidas Provisórias) e também do negócio que selou a compra de 36 aviões-caça da empresa sueca Saab para a FAB (Força Aérea Brasileira).


O lobista e o ex-presidente têm uma ligação antiga, da década de 80, quando um era executivo da Volkswagen e o outro sindicalista no ABC.


Luís Cláudio alega que os valores se referem a serviços de consultoria prestados por sua empresa, a LFT Marketing Esportivo, à Marcondes & Mautoni Empreendimentos, que pertence ao lobista. A Polícia Federal sustenta, contudo, que os trabalhos foram montados com material copiado da internet, especialmente o site Wikipedia.


Despacho do procurador Anselmo Cordeiro Lopes pede desarquivamento do inquérito que investiga compra de caçasR7

Num depoimento à Polícia Federal, Mauro Marcondes afirmou ter constatado que o preço dos "serviços" de Luís Cláudio era "absurdo". Mesmo assim, aceitou pagá-los.

 

Em depoimento à PF e aos investigadores da Zelotes, o ex-presidente Lula negou que os repasses a Luís Cláudio eram "alguma contraprestação por serviços prestados" por Lula "à Saab para que essa viesse a vencer a concorrência para a compra dos caças".


Nesta quinta-feira (4), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou da condição de colaborador voluntário a investigado na Operação Zelotes.


Caças

Em interrogatório na Papuda, a Polícia Federal questionou  Mauro Marcondes se ele tratou do negócio com políticos e agentes públicos, incluindo o ex-presidente Lula. Ele se manteve em silêncio no depoimento.


O lobista e a mulher, Cristina Mautoni, são suspeitos de contratar uma investigação clandestina para espionar o procurador José Alfredo de Paula Silva, que tocava inquérito sobre os caças, o que foi determinante para a prisão dos dois. No caso das medidas provisórias, os dois foram denunciados em novembro por lavagem de dinheiro, organização criminosa e corrupção ativa.


A Justiça Federal em Brasília aceitou a denúncia e marcou para o fim deste mês depoimentos dos réus. Eles começaram a apresentar suas defesas há duas semanas e a arrolar testemunhas.

 

 

FONTE: R7.

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