Publicada em 25/11/2015 às 10h21.
Alarmante: Duplicam as notificações de microcefalia no Estado
Eliminação de focos do Aedes aegypti – transmissor da dengue, zika e chikungunya – se tornou o objetivo

Mais de 204 milhões de brasileiros contra o mosquito. A guerra contra o Aedes aegypti foi declarada ontem pelo Governo Federal diante dos novos números da microcefalia no País. Já são 739 casos suspeitos de malformação congênita distribuídos em 160 cidades de nove estados. Há uma semana eram 399 casos, em sete estados. Pernambuco lidera o ranking numa escalada alarmante. Agora, são 487 suspeitas da anomalia em bebês, número que praticamente duplicou em sete dias, quando somava 268 crianças doentes. O objetivo do front é a eliminação de focos do Aedes, vetor que está disseminando o zika no País. Para isso, a palavra-chave é a colaboração popular. O vírus foi apontado pelo Ministério da Saúde (MS) como fator provável pelo do de microcefalia. O microrganismo já teve circulação confirmada em 18 estados.


“Não venceremos a batalha se a sociedade não se mobilizar junto com os agentes públicos e outros setores”, afirmou o ministro da Saúde, Marcelo Castro. O gestor da pasta destacou mais uma vez que o momento é delicado para a gestação. “É preciso redobrar os cuidados, mas a decisão de engravidar é das mulheres”, disse Castro, indicando ainda a recomendação de que as gestantes façam todas as consultas e exames do pré-natal, além de tomar todas as vacinas e se proteger dos mosquitos.


O ministro enfatizou que usará todas as armas disponíveis para vencer o Aedes e, inclusive, um grupo de cientistas está trabalhando em novas tecnologias para o combate como o uso de mosquitos transgênicos que podem ser imunes ao zika, quebrando a cadeia de contaminação do inseto e também a infecção do Aedes com uma bactéria que também quebra essa cadeia. Outro trabalho importante é na formulação urgente de uma vacina. Como as três opções devem demorar a sair dos laboratórios, é no campo, com a participação dos cidadãos, que o governo espera contornar a epidemia.

 

Na última terça-feira (24), em Brasília, foi divulgado o cenário nacional da proliferação do mosquito. De 1.792 cidades que participaram do Levantamento de Índice Rápido de Aedes Aegypti (LIRAa), 199 estão em risco de surto. Em Pernambuco, são 53 nessa situação. Os piores índices no Estado são em João Alfredo, que tem 18 casas com criadouro de mosquito para cada 100 imóveis, seguido por Glória do Goitá (13 casas por 100), Santa Cruz do Capibaribe, Terezinha e Surubim (com média de 12 imóveis). O Recife figura como cidade com situação de alerta junto com Aracaju, São Luís, Rio de Janeiro, Cuiabá, Belém e Porto Velho.


Nesse quadro, o número de pessoas notificadas com dengue/zika em Pernambuco chega perto de 120 mil. No Brasil, são 1,5 milhão de notificações até 16 de novembro, o que representa um aumento de 176% em relação a 2014. Também houve recorde de mortes por ocasião da dengue. Neste ano, foram 811 óbitos contra 453 em 2014, valor 79% maior. Em Pernambuco, foram 21 mortes confirmadas até agora contra 45 no ano passado.


Estratégias para atender os bebês

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) lançou ontem estratégias descentralizadas de atenção aos bebês com microcefalia e as mães diagnosticadas com fetos malformados. A secretária executiva de Vigilância em Saúde, Luciana Albuquerque, disse que fluxos específicos foram criados em unidades de referência. “Haverá a notificação imediata das gestantes que tenham o ultrassom indicativo de bebê com microcefalia ou grávidas com manchas vermelhas na pele”, explicou.


Naquelas grávidas com o exantema (manchas) será coletado sangue para exames sorológicos e será realizado ultrassom entre a 32ª e 35ª semanas de gestação. Para aquelas que já foram diagnosticadas, haverá acompanhamento psicológico na rede municipal. Poderá haver um reforço na contratação de serviços de ultrassom. Já os hospitais sentinelas para os casos na 1ª macrorregional de saúde (Recife) serão Imip, Hospital Agamenon Magalhães e Cisam para as gestantes, e Imip, Huoc e Barão de Lucena para os bebês.

 

 

FolhadePE

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