Publicada em 30/11/2015 às 09h36.
Para cientistas políticos, mudanças no PT têm que ir além do marketing
Conjuntura nacional adversa coloca a legenda no olho do furacão e os dirigentes com a missão de criar um discurso programático e competitivo.

Denúncias de corrupção, somadas à falta de renovação de quadros e ao desgaste natural de um partido que está há 12 anos no poder, dão a dimensão do cenário que o PT terá que enfrentar nas eleições municipais de 2016, avaliam cientistas políticos ouvidos pelo JC. A conjuntura nacional adversa coloca a legenda no olho do furacão e os dirigentes com a missão de criar um discurso programático e competitivo.


Para o professor Ernani Carvalho, do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), está colocado para o PT o desafio da renovação. Ele não se refere apenas a quadros novos, mas a posturas e decisões inovadoras. Um exemplo, cita ele, seria expurgar da legenda pessoas envolvidas em corrupção. "Mudanças não se fazem da noite para o dia, usando marqueteiro, elas têm um custo. A redefinição termina por traçar trajetórias que não são as mais competitivas, mas são a sobrevivência do partido a longo prazo", avalia. O cientista político acrescenta ainda que é necessário fazer o enxugamento "a fórceps" e recondução urgente da política econômica pelo governo Dilma.


Já o cientista político Thales Castro, da Universidade Católica de Pernambuco, traz à tona a importância de abandonar o discurso da polarização. "A tendência do radicalismo político segregador está mofada. A ciência política utiliza ferramentas para desvendar essas perspectivas. E nela há uma total escassez de propostas. A retórica fácil, rasteira e medíocre de polarizar", crava o professor. Ele avalia que, para reconquistar os eleitores, a sigla precisa investir na renovação das bandeiras políticas e no discurso. "Do contrário, ele não terá densidade eleitoral para eleger candidatos", explica Castro.


Por ora, para neutralizar as denúncias de corrupção, o PT deve reeditar na campanha o discurso de 2014, que atribuía aos governos Lula e Dilma a maior quantidade de investigação e punição aos corruptos. "Não se pode jogar cortina de fumaça em tudo. A Procuradoria Geral da República e a Polícia Federal são órgãos independentes do Executivo e têm práticas muito objetivas e não há retórica para rebater. É preciso resposta", avalia Thales Castro.


FONTE: JC

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