Considerado progressista, o pontificado de Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, foi marcado por críticas políticas, rigidez com o clero e por acolher grupos tradicionalmente excluídos, a exemplo de imigrantes e da população LGBTQIA+. O argentino, que ficou 12 anos à frente da Igreja Católica, morreu na madrugada desta segunda-feira (21), em Roma.
Eleito no conclave de 13 de março de 2013, após a renúncia de Bento XVI, Bergoglio foi o primeiro papa latino-americano a comandar a Igreja na história. Desde então, a liderança do papa Francisco desafiou conservadores e abriu espaço para setores menos tradicionais.
Em discursos, Francisco dizia ter “tolerância zero” para crimes cometidos por membros da Igreja. Uma das suas decisões históricas foi abolir o segredo pontifício nos casos de violência sexual e abuso de menores cometidos por clérigos em 2019. Também regulamentou novas regras para assegurar a transparência e honestidade aos próprios cardeais e gestores do Vaticano em 2021.
Ao longo do pontificado, o papa promoveu reformulações ao nomear novos cardeais mais alinhados a temas como imigração, mudanças climáticas e inclusão de católicos gays – grupo contemplado em diversas falas públicas. Em 2023, Francisco chegou a autorizar a bênção a casais do mesmo sexo, postura que confronta a linha tradicional da Igreja, contrária às uniões homoafetivas.
Outra marca foi o compartilhamento de poder com bispos da África, Ásia e América do Sul. Em um de seus últimos atos, nomeou, pela primeira vez, uma mulher em papel de liderança na Secretaria de Estado do Vaticano.