Conta de água da Compesa aumentará a partir de 28 de abril / Foto: Agência Brasil.
A cada semana, Pernambuco registra dois furtos em unidades operacionais de abastecimento de água. O dado foi revelado pelo presidente da Compesa, Alex Campos, durante uma audiência pública na manhã na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).
Em 2023, foram
registrados 82 incidentes desse tipo, afetando o abastecimento de
aproximadamente 1 milhão de pessoas.
Ao todo, 60 unidades operacionais da Companhia foram impactadas, com 27 delas localizadas na Região Metropolitana do Recife, 24 no Agreste e Matas, e 31 no Sertão. Para lidar com essa situação, a Compesa investiu cerca de R$ 5 milhões na reposição dos materiais furtados no ano anterior.
Audiência Pública
A audiência teve como tema principal a crescente
incidência de crimes relacionados ao roubo, furto e receptação de cabos e fios
de cobre em Pernambuco, contando também com a participação de representantes da
Neoenergia Pernambuco.
Durante o evento, o
presidente da Compesa ressaltou que Pernambuco enfrenta o desafio da escassez
de recursos hídricos, especialmente no Agreste, uma região que possui menos
água do que qualquer outra área do país.
Esse cenário é agravado pelas influências geográficas e
geológicas que dificultam o atendimento pleno das demandas hídricas.
“A Compesa é vítima duas vezes, seja quando a Neonergia é
furtada ou quando os sistemas de abastecimento são roubados, deixando a
população sem água. São duas situações que atingem diretamente a Companhia:
furtos de insumos e equipamentos e de água nas adutoras, mas que são igualmente
graves do ponto de vista do impacto no abastecimento de água para a população”,
pontuou o presidente da Companhia.
“É uma situação já difícil para a população, que se
agrava quando grupos criminosos danificam e subtraem as infraestruturas
energéticas e hídricas, deixando as pessoas sem energia ou abastecimento de
água. A Compesa é a maior consumidora de energia do estado e quando a
Noeonergia é furtada, em cadeia, a Compesa e seus clientes também são
penalizados. Uma paralisação por furto pode levar dias até a completa
normalização do abastecimento”, afirmou o presidente.
Furto de água em adutoras
Outro problema abordado pelo gestor é o furto de água em
adutoras. Desde o ano passado, ocorreram três grandes operações policiais para
desmantelar ligações clandestinas nas adutoras de Tabocas, Ipubi e Oeste
(Trindade – Araripina). Essas ações resultaram em melhorias na distribuição de
água para a população.
O presidente ressaltou que a Compesa está dedicando esforços significativos para combater esses furtos, colaborando com a Secretaria de Defesa Social e a Polícia Civil para elaborar estratégias.
Alex descreveu os perpetradores como grupos organizados
com um alto nível de conhecimento técnico e planejamento, capazes de atuar nos
pontos cruciais dos sistemas.
Para enfrentar essa situação, a Compesa está investindo
em segurança patrimonial, aumentando o efetivo de pessoal e utilizando
videomonitoramento e outras tecnologias para dissuadir essas atividades
criminosas.
O presidente lamentou que a empresa tenha que destinar
recursos para esses fins, quando poderiam ser aplicados na melhoria dos
serviços oferecidos pela companhia. No entanto, ele considerou oportuna a
discussão sobre o assunto na Assembleia Legislativa.
“É um debate muito oportuno trazido aqui hoje pelo deputado. Esse tema é muito caro para a população e devemos somar esforços com a assembleia, órgãos reguladores, Defesa Social e polícia para que seja encontrado um caminho para resolver essa questão”, disse o gestor.
FONTE: INTERIOR NE 10.