Publicada em 12/06/2016 às 08h38.
Aposentada cria baú para memórias do 'eterno namorado' com Alzheimer
Anésio tem 67 anos e há quatro convive com a doença. Neste Dia dos Namorados haverá jantar especial.

As comemorações do Dia dos Namorados, para muitos casais, ficam eternizadas na memória. O “eterno namorado” de Elisabete dos Santos, porém, sofre de Alzheimer e, mesmo assim, após 42 anos de casados, a aposentada quer preparar um jantar especial para Anézio Moreira Santos. Ela também montou um caderno com fotos para manter as memórias do casal e da família. Nomes e fotos dos parentes ficam guardados em um baú como "tesouros" para ele não se esquecer.


O jantar especial vai ser um sítio com a presença da família. “O tempo que durar, para nós vai ser o suficiente. Se ele vai se lembrar por dez segundos, uma hora, ou no dia seguinte não importa. O importante é o tempo que passamos juntos e, para isso, eu não meço esforços.”


O casal se conheceu em 1969, quando os dois moravam na zona rural de Salesópolis. Até o casamento, foram cinco anos de namoro. O casamento aconteceu em 20 de abril de 1974 e depois vieram três filhos e seis netos. “Não perdemos nenhuma comemoração para que as lembranças não passem. Tudo o que eu faço é por ele. Os passeios, os almoços fora de casa, ele se alegra e vivencia como qualquer outra pessoa. A alegria de passear ele tem: se vamos tomar um café fora de casa, quando entramos no carro de volta, ou quando chegamos em casa, ele já me pergunta quando vamos sair.”


O marido de Elisabete tem 67 anos e há quatro anos convive com a doença. O Alzheimer começou a se manifestar silenciosamente, com o esquecimento das chaves do carro e a diminuição da disposição para as atividades rotineiras. Hoje, Anésio diz frases desconexas, mas ainda reconhece a família e principalmente sua esposa. “Eu tenho uma família lindíssima”, afirma olhando fotos.


A falta de memória não fez com que ele se esquecesse de sempre beijar a esposa. “Ele é muito beijoqueiro. Adora dizer que me ama e sempre me pede beijos”, conta aos risos a esposa.


Depois do diagnóstico, a rotina do casal mudou e Elisabete se dedica ao aprendizado de como lidar com a doença e em técnicas para estimular a memória do marido.


Para ela, a doença não fez com que seu amor por Anésio diminuísse.  “O amor está acima de qualquer doença. Ele é meu eterno namorado e por isso eu faço tudo o que eu posso para melhorar a qualidade de vida dele. Eu aceito as limitações dele e o nosso companheirismo nunca vai acabar”, diz emocionada.

 

 

G1

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