A Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) divulgou, na manhã desta quarta-feira (14), mais detalhes a respeito da Operação Vendeta.
As informações foram reveladas em coletiva de imprensa realizada na sede operacional da PCPE, na área central do Recife. Dentre os resultados da investigação, estava a identificação do suspeito de ser o mandante do assassinato do ex-policial militar Heleno José do Nascimento Júnior, conhecido como Júnior Black, no dia 17 de julho de 2023.
Ele morreu depois de ter o seu carro, uma Hilux de cabine dupla, atingido por disparos de arma de fogo de grosso calibre, no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife.
Além dele, uma mulher também morreu vítima de bala perdida, enquanto passava em via pública, no momento da ação.
A polícia também informou o que teria motivado o assassinato do ex-PM, que já havia sido afastado da corporação, em 2021, e que também integrava uma organização criminosa.
Segundo as investigações, Júnior Black foi morto por vingança. Quatro dias antes de sua morte, o ex-PM assassinou duas pessoas que integravam uma organização criminosa no município de Parnamirim, no Sertão do estado.
“As investigações começaram após o duplo homicídio praticado no município de Parnamirim. A gente sabia que havia policiais militares envolvidos e um deles era bastante conhecido, um ex-policial militar [Júnior Black], que teria sido excluído aqui dos quadros da PM aqui de Pernambuco. Segundo as informações que a gente obteve, foi por conta de desacerto em relação a um roubo de carga”, explicou o delegado Jorge Pinto, subchefe do Grupo de Operações Especiais (GOE), que esteve à frente das investigações.
A partir desse duplo homicídio, que resultou na morte de um dos líderes da organização, o grupo se arquitetou para matar Júnior Black.
“Quatro dias depois, se notou um planejamento extremamente arquitetado, com a utilização de armas longas, carro clonado e deu ensejo a execução do integrante [Júnior Black] que teria ‘dado cabo’ à vida dessas duas pessoas no município de Parnamirim. Ele foi morto com vários disparos de fuzil quando saiu de um restaurante no bairro de Boa Viagem, em plena luz do dia, e essa execução também acabou vitimando uma mulher que passava por trás do veículo e também foi vítima de uma bala perdida”, detalhou o delegado.
Segundo as investigações, a ordem da execução de Júnior Black teria partido do líder da organização criminosa, que era considerado o braço direito de uma das vítimas mortas em Parnamirim.
O mandante estava preso no Presídio de Igarassu, na Região Metropolitana do Recife, onde teria premeditado o crime. Agora, o suspeito foi transferido para um presídio de segurança em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.
Além do mandante, também foram cumpridos quatro mandados de prisão, sendo três em flagrante e nove mandados de busca e apreensão domiciliar. A ordenação aconteceu no Recife; Jaboatão dos Guararapes e Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife (RMR); em Caetés, no Agreste do estado; e em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul.
Dentre as prisões e os outros investigados, estão outras pessoas que integravam ou ainda integram as forças de segurança.
“Nós temos envolvidos diretamente com organização criminosa, infelizmente, ex-integrantes das forças de segurança que são do estado de Pernambuco e da Paraíba. A gente tem um policial da ativa no estado da Paraíba, um ex-integrante aqui da das nossas forças de segurança, que inclusive dispõe de uma carteira funcional falsa. Então assim, a gente observa que se utilizava de certa influência, que se passava por um integrante da força de segurança para facilitar a consecução nos meios criminosos”, afirmou o delegado.