O TCU (Tribunal de Contas da União) atestou, no últimos oito anos, que mais de 6,7 mil servidores fizeram mal uso de recursos federais.
Esse é o número de gestores públicos que tiveram as contas reprovadas pelo tribunal em julgamentos nos quais não cabem mais recursos à corte.
Ao todo, eles foram responsáveis por atos que deram origem a 10,4 processos já concluídos pelo TCU, no período de 2008 a 2016.
A lista com os 6,7 mil nomes foi entregue na quinta-feira (9) pelo presidente do Tribunal de Contas, ministro Aroldo Cedraz, ao presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Gilmar Mendes.
Um dos políticos que constam na relação do TCU é o vice-presidente do PT, Alberto Cantalice (PT). Ele foi alvo do tribunal por conta de irregularidades na aplicação de valores provenientes do Fundo Partidário. O processo transitou em julgado no início deste mês.
Grande parte desses gestores será impedida de disputar eleições pelos próximos oito anos, como determina a Lei da Ficha Limpa. A legislação veda a candidatura de quem teve as contas rejeitadas por participação em atos dolosos de improbidade administrativa.
Nem todos os integrantes da relação entregue pelo TCU, no entanto, estão impedidos de entrarem na corrida eleitoral.
Cada caso será analisado pelo Justiça Eleitoral, a quem cabe verificar, entre outras coisas, a gravidade do episódio julgado pelo TCU e se houve dolo do gestor cujas contas foram reprovadas.
"Ao receber esse material, poderemos fazer a análise desses nomes de maneira antecipada. Certamente haverá impugnações (de candidaturas nas eleições municipais deste ano)", analisou Gilmar Mendes.
"Essas irregularidades possuem origens diferenciadas, que vão de falta de conhecimento e de estrutura aos desvios cometidos pelos gestores. E não podemos mais assistir a tantos desvios no Brasil", criticou o ministro Aroldo Cedraz.
FolhadePE