Publicada em 13/06/2016 às 08h50.
Assaltantes jogam pedras nos veículos que trafegam na BR 232
Os crimes têm acontecido nas imediações das lombadas eletrônicas, segundo a PRF.
PRF relata que casos de veículos atingidos por pedras, tanto jogadas da passarela de Pombos, como nas imediações das lombadas, são subnotificados. Foto: Teresa Maia/DP/  

PRF relata que casos de veículos atingidos por pedras, tanto jogadas da passarela de Pombos, como nas imediações das lombadas, são subnotificados. Foto: Teresa Maia/DP/

 


 

“Quando peguei meu filho no braço, seu rosto todo ensanguentado, saí no desespero à procura do hospital”. O trecho é parte do depoimento feito no final da manhã deste domingo por Paula Pereira da Silva, 26, dois dias após ela regressar para o Recife. Na sexta-feira à noite, o veículo dela, uma Hilux, foi atingido por uma pedra nas imediações da passarela do bairro Água Azul, em Pombos, na Zona da Mata, a 57 quilômetros do Recife. O incidente, relatado no Facebook, causava preocupações e provocava revolta. Às 15h do domingo, estava com 11.430 compartilhamentos e 1.350 comentários.

O caso terminou sem problemas mais graves para a criança, um menino de apenas um ano e meio, e com a prisão em flagrante de João Francisco da Silva, reconhecido como autor do arremesso da pedra. Mas, o perigo persiste para os passageiros e motoristas que trafegam diariamente nos 553 quilômetros da BR 232, cerca de 30 mil. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), esse total sobe para 45 mil em feriados prolongados e os ataques ocorrem mais à noite. 

A PRF informa que o arremesso de pedras é uma das estratégias utilizadas por assaltantes para obrigar os motoristas a pararem o carro. Isso ocorre com frequência em locais com lombadas eletrônicas, como as que existem na área da passarela de Pombos. “Não há compartilhamento de informações”, disse o inspetor Rômulo, da PRF, revelando a falta de articulação no enfrentamento dos casos.

Cada incidente, de acordo com Rômulo, tem ações episódicas da própria PRF, da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) e da Polícia Civil. O próprio inspetor da PRF admite haver subnotificação e recomenda que sempre seja feito o registro da ocorrência pelo telefone 191 ou no posto mais próximo da PRF. Motoristas que precisam utilizar a rodovia também são orientados a viajar durante o dia e informar familiares e amigos do horário de saída e previsão de chegada.

O incidente vivido pela família de Paula Pereira da Silva seria atípico por não estar vinculado a uma tentativa de assalto. Mas, nem por isso, foi único ou menos grave. Mais de dois veículos foram atingidos na mesma noite, mas apenas duas queixas estavam registradas na PRF. A outra foi de um motorista de caminhão Ford Cargo, com detalhes não informados.

Segundo relatou o sargento Pinheiro e o PM Queiroz, do 21º Batalhão, responsável pelo policiamento ostensivo em Pombos e municípios circunvizinhos, que efetuaram a captura do suspeito, João Francisco da Silva costuma jogar pedras em veículos, inclusive tendo atingido uma ambulância e uma viatura da Casa Militar dia antes. Há, inclusive, relatos de que, anteriormente, ele já teria sido preso e encaminhado para o Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP), mas acabou sendo liberado. Agora, ele foi encaminhado para o Cotel.

Paula Pereira viajava para o Recife no banco de trás, ao lado do filho, de um ano e meio, enquanto seu esposo, o comerciante Ivanildo Severino de Lima Júnior, 32, dirigia a Hilux. A prisão de João Francisco da Silva só ocorreu porque Ivanildo ligou para a Polícia e registrou queixa.

Confirmando relatos feitos na Internet, Paula Pereira ouviu que João Francisco da Silva sofre de problemas mentais e cobra uma solução definitiva para o risco que ele representa. “Um pessoa assim deve permanecer interno e não fazendo o mal ao próximo, porque não é o primeiro caso. Ele é acostumado fazer isso”, disse Paula. Ela questionou, ainda, o fato de terem sido apreendidos na casa do suspeito uma arma de fogo caseira e munição restrita calibre .40. “Pra isso, ele não tem distúrbios?”.

Leia o relato de Paula Pereira do apedrejamento que feriu seu filho
“Vínhamos sentido Recife. Meu filho vinha dormindo na cadeirinha e eu, atrás com ele, olhando pra frente, quando, de repente escutei o estouro. Na hora fiquei apavorada porque tinha muita poeira no carro. Pensei que íamos capotar, quando meu marido gritou ‘Olha o menino!’, me apavorei. Pedi pra parar o carro. Ele disse que não parava porque não sabia se era assalto. Seguimos em frente. Paramos no posto de combustível próximo. Quando peguei meu filho no braço, seu rosto todo ensanguentado, sai no desespero à procura do hospital. Descemos pra Pombos. Chegando, lá recebemos os primeiros socorros. Informaram a meu esposo o número da Polícia e ele entrou em contato, ligou, e a polícia foi até o hospital. Ele contou o fato. Como a polícia já estava há dias à procura do João Francisco, vulgo ‘Antônio’, foram diretamente onde ele residia e atuaram em flagrante, levando ele até nós, e de lá descemos pra delegacia de Gravatá. Chegamos lá por volta de 21h30. Prestamos queixa, fizemos o BO (boletim de ocorrência) e o (exame) de corpo de delito. Saímos de lá às 3h30.Chegamos mp0 Recife às 5 horas. Hoje meu filho, graças a Deus, se encontra bem e se recuperando. Agradeço a Deus pelo livramento dado a nós. E quero agradecer aos PMs Pinheiro e Queiroz pelo excelente trabalho prestado. Precisamos de mais profissionais que trabalhem por amor e que vão até o fim atrás de delinquentes como esse, arriscando tirar uma vida”.

DP 

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