Publicada em 15/06/2016 às 08h54.
Aumento do preço do feijão muda hábitos dos consumidores
Vendedor de caldinho há 20 anos, Luiz da Silva disse que será inevitável não praticar o aumento.

Ir à praia ficará mais caro pa­­ra o bolso do consumidor. Influenciados pela alta no preço do feijão, que subiu em média 28% até maio, os ambulantes falam da dificuldade de segurar os custos e já praticam o incremento médio de 27% no preço do caldinho nas praias do Pina e de Boa Viagem.


Nos restaurantes, no entanto, a recomendação é segurar o valor e otimizar os custos para não afastar ainda mais a clientela, que, sob o efeito da crise econômica, tem freado os gastos com o happy hour.

Vendedor de caldinho há 20 anos, Luiz da Silva disse que será inevitável não praticar o aumento. “Assim que che­gar o verão vou aumentar de R$ 5 para R$ 6”, afirmou, la­mentando a retração na saí­da de caldinhos. Nos fins de semana, contou Silva, chega­va a comercializar 50 petiscos por dia. Agora, apenas 34. 

A situação não é diferente para Luiz Gonzaga Bezerra. No ofício há 19 anos, o ambulante revelou que a situação está cada vez mais difícil para quem precisa da praia para sobreviver. “Devido ao aperto, tive que demitir uma pessoa e segurar os preços. Infelizmente, dessa vez não deu. Por isso, já apliquei o aumento, saindo de R$ 3 para R$ 4.”, detalhou. Bezerra ressaltou ainda que o mercado já começa a responder às primeiras elevações. “O pessoal compra um caldinho e pede dois copos”, relatou. O vendedor compra o quilo do feijão preto por quase R$ 9.

Enquanto uns lamentam, há quem aproveite a alta do feijão para faturar. José da Silva aposta na venda de amendoins, castanhas e ovos de codorna para impulsionar o faturamento em 20%. “Desde janeiro que as vendas caíram 50%. Vamos ver se agora a situação muda.”, disse, animado. Os pacotes de amendoim, ovo de codorna e castanhas custam, respectivamente, R$2 e R$ 3, ou seja, bem menos que o famoso caldinho.

Já o gerente do Caldinho do Neném, AiresBrito, disse que o repasse para a clientela não vai acontecer. “As pessoas estão sentindo bastante com a crise. A alternativa será apostar em caldinhos alternativos, como o de peixe, de marisco, para minimizar os nossos custos”, analisou.

O mesmo pensa o dono do Caldíssimo, José Carlos Bezerra. “Já aplicamos reajuste no cardápio este ano, logo não temos como repassar ao cliente”, relembrou, frisando que o maior receio é que o faturamento caia ainda mais. Nos últimos 12 meses, a queda foi de 15% a 20%.


Presidente da Abrasel, André Araújo destacou que o empresário tem interesse de ver negócio girando, sendo necessário, em alguns momentos, abrir mão da margem de lucro. “Seria um tiro no pé fazer o reajuste, porque o consumidor já teve muitos incrementos devido à situação econômica”.


Folha PE
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