A primeira sondagem de opiniões sobre as eleições de 2018 traz uma boa e uma má notícia para o governador Paulo Câmara, do PSB, que deve tentar a reeleição.
A má notícia é que, para a grande maioria dos entrevistados pela Uninassau (53,7%) o governador é o culpado pela crise em Pernambuco. O número elevado é uma das explicações possíveis para a rejeição de 74% do governador, apontada na primeira parte da pesquisa, divulga neste sábado.
Neste mesmo ponto da pesquisa, Temer só é citado em terceiro lugar (8,3%), depois dos políticos (22,5%), como responsáveis pelas dificuldades econômicas.
A boa notícia é que, ao ser questionado sobre quem poderia tirar o Estado da crise, o eleitor Pernambuco também cita Paulo Câmara (27%).
76% disse que existe crise em Pernambuco e outros 94% dos entrevistados dizem que a crise econômica brasileira contribui para a crise econômica Pernambuco.
“A crise pode salvar o governador”, observa o cientista político Adriano Oliveira, coordenador geral do levantamento.
Neste cenário, caberia ao governador do PSB repetir a estratégia do prefeito Geraldo Julio, que usou a crise para justificar não ter feito tudo que havia prometido e pedindo uma nova chance ao eleitorado para completar o trabalho. Vai colar? é a pergunta de um milhão de dólares.
De acordo com o levantamento, 76% disse acreditar que há uma crise econômica em Pernambuco e apenas 18% negou a realidade.
Como a crise atingiu o pernambucanos?
38% dos entrevistados disseram que a crise interferiu em suas vidas e 31% afirmou que interferiu muito. Para 11% dos entrevistados, a crise interferiu pouco e 18% afirmou que a crise não interferiu na vida deles.
A falta de emprego (39,8%) e os aspectos financeiros (24,8%) são os principais problemas citados no levantamento.
Curiosamente, o problema da violência aparece apenas em 7º lugar entre os problemas citados, com 1,6% das referências, perdendo até para a inflação, tema normalmente associado na ocorrência de problemas econômicos.
Para pesquisar as demandas de Pernambuco e o humor dos eleitores, o Instituto Nassau ouviu 2.014 pessoas (o padrão destes levantamentos de opinião é 1,5 mil pessoas), em todo o Estado de Pernambuco.
A amostra foi coletada no Recife, Região Metropolitana do Recife, Zona da Mata, Agreste, Sertão e sertão do São Francisco.
A pesquisa foi realizada nos dias 23 e 24 de março.
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