Publicada em 11/04/2017 às 17h38.
'Empresas fantasmas recebiam verba milionária', diz delegado da Polícia Federal
Daniel Silvestre falou sobre operação que investiga desvios em contratos com prefeituras alagoanas.

Delegado Daniel Silvestre fala sobre Operação 'Primo Rico'

FOTO: LARISSA BASTOS


O delegado Daniel Silvestre, do Núcleo de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal (PF), falou com a imprensa, na manhã desta terça-feira (11), sobre a Operação "Primo Rico", que investiga desvios em contratos e gestão de serviços em três municípios alagoanos. As investigações apontam que várias empresas receberam quantias milionárias de verbas para Saúde e Educação, algumas delas consideradas "fantasmas". 


Segundo as informações passadas pelo delegado, a PF iniciou as investigações no final do ano passado e requisitou à Justiça os mandados, que foram cumpridos na cidade de Ibateguara (ao todo, três mandados), além da requisição de documentos - por ofício - em alguns endereços situados na mesma cidade e também nos municípios de Messias e São José da Laje - que também são investigados. Parte do material foi entregue hoje e outra parte será entregue em breve, após solicitação dos gestores. Não houve, no entanto, expedição de mandado de prisão. 


"As empresas são de pequeno porte, mas receberam grandes quantias, inclusive, empresas que nem existem. Uma delas recebeu 26 milhões de reais do total de 30 que foram desviados. As investigações são recentes, mas, diante do que apuramos, resolvemos pela representação das medidas judiciais para auxiliar na análise documental que venha a comprovar a materialidade dos crimes. Não se pode afirmar, porém, se há envolvimento direto dos gestores", destacou Daniel. 


Silvestre reforçou que as verbas são provenientes de programas municipais e federais da Saúde, Educação e outras áreas. Cada conjunto de empresas possuía um "modus operandi", ou seja, uma forma de agir nas investidas. O delegado federal ressaltou, no entanto, que as equipes vão se debruçar sobre a atuação das empresas.


A OPERAÇÃO

O Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União (CGU) e a Superintendência da Polícia Federal em Alagoas (PF/AL) deflagraram hoje a Operação Primo Rico. A ação apura irregularidades em contratos de transporte, material de limpeza e gestão de serviços públicos entre prefeituras alagoanas e empresas. São investigados recursos de cerca de R$ 30 milhões, sendo R$ 18 milhões de origem federal.


As prefeituras alagoanas envolvidas no esquema são Ibateguara, Messias e São José da Laje. A investigação constatou indícios de irregularidades, como não existência de frota de veículos registrada como propriedade de empresa que oferecia serviço de transporte, inexistência de funcionários para executar gestão de pessoas e venda de mercadorias a descoberto (sem aquisição de produtos em quantidade compatível com a venda). 


Os recursos investigados são das áreas de Saúde e de Educação, entre os anos de 2013 e 2016. Além disso, há indícios de que os sócio-diretores e administradores das empresas possuíam ocupação e padrão de vida simples, incompatíveis com o faturamento milionário das entidades registradas nos próprios nomes. 

 

Gazeta Web

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