A premissa de que “Carnaval em Pernambuco é de graça” nunca foi tão valiosa. Mesmo com orçamento apertado, fantasias repetidas de anos anteriores e menos dinheiro para a cerveja, folião que é folião não encontra desculpa para não brincar. E é com criatividade que o povo, blocos e comércio estão encontrando a saída para não deixar a crise acabar com a festa.
Foliã fiel, a publicitária Naiana Soares resume bem o espírito deste Carnaval. Ela preferiu cortar despesas com fantasias e acessórios para não precisar abrir mão da bebida ou das festas. “A gente economiza o ano todo para aproveitar o Carnaval. Na hora da festa não quero economizar”, diz.
O improviso não surge só por parte do folião. O Bloco Mulher na Vara, que sai há 22 anos pelas ruas de Olinda, viu sumirem os patrocinadores que ajudariam a bancar os gastos com a festa e a realizar as prévias. “Começamos a nos reunir em maio para organizar o Carnaval. O ano foi passando e os patrocinadores foram desistindo, dizendo que a crise estava apertando. Até que tivemos a ideia de fazer uma festa colaborativa”, explica Eduarda Casanova, colaboradora e membro da diretoria do bloco.
O modelo adotado foi de prévia continuada, realizada todos os sábados até o Carnaval, no Garage Food Truck, espaço onde várias marcas desse modelo de negócio se reúnem no Espinheiro, Zona Norte do Recife. “Para eles é interessante porque atraímos mais público e, para nós, porque temos um lugar para realizar a prévia”, explica Eduarda.
Já o empresário Ayton Campello implementa pelo segundo ano o modelo de day use na casa da família, localizada na Rua 27 de Janeiro, área histórica de Olinda. “Tivemos dificuldades de encontrar pessoas que quisessem pagar o valor que achávamos justo pela casa e decidimos fazer diferente. Deu certo e acho que a tendência é aumentar a procura, já que muita gente não está em condições de alugar o Carnaval todo”, acredita. A diária sai por R$ 150 por pessoa e oferece área de descanso, banheiro, café da manhã e almoço.
FONTE: JC ONLINE