Depois de o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, assumir que fornece o número do celular dele para os prisioneiros, durante audiência pública nesta terça-feira (2) no plenarinho da Alepe, o presidente da Comissão de Direitos Humanos, o deputado Edilson Silva (PSol) anunciou que vai ingressar com uma representação junto ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) para apurar a culpa dos secretários na fuga em massa de presos da Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá, e do Complexo Prisional do Curado, no Recife, em janeiro deste ano.
Ao perceber que falou demais, o responsável pela pasta fez um “mea culpa” e declarou ter apreendido 4 mil celulares que estavam com os detentos. Mas já era tarde. O secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, também é alvo das críticas dos parlamentares.
A audiência pública para discutir o caos nos presídios do Estado foi convocada pela oposição da Assembleia Legislativa (Alepe) ao Governo do Estado e teve início às 11h desta terça-feira (2) na Casa Joaquim Nabuco.
Cobranças
O líder da oposição na Alepe, o deputado Sílvio Costa Filho (PTB), cobrou do Governo do Estado um roteiro com medidas concretas para a situação das unidades prisionais em Pernambuco para os próximos anos.
Durante o evento, o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, assumiu que fornece o número do celular dele para os prisioneiros. Após tal declaração, o presidente da Comissão de Direitos Humanos, o deputado Edilson Silva (PSol) anunciou que vai ingressar com uma representação para apurar a culpa dos secretários na fuga em massa de presos da Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá, e do Complexo Prisional do Curado, no Recife, em janeiro deste ano.
“Nós estamos com o sistema prisional falido. Um sistema de faz de conta. Infelizmente, a gente tem observado ano a ano, mês a mês, um conjunto de problemas que têm se acentuado. E a gente não observa o Governo do Estado reagindo a essa demanda social. A gente espera que o Governo possa apresentar quais são as ações concretas para o sistema prisional, quais são as medidas que está fazendo pra poder melhorar a realidade que nós estamos vivendo nos próximos dois ou três anos; quais são os novos investimentos”, declarou o petebista.
O opositor também relembrou a PPP de Itaquitinga, que já edificou mais um presídio com capacidade de abrigar três mil detentos, mas cujas obras não foram completamente finalizadas.
“Queremos que o Governo apresente, objetivamente, um roteiro. No ano passado, o Estado fez um projeto emergencial. E, o que estamos observando, são os problemas se acentuando, sem ter solução. A gente espera, objetivamente, que o Governo apresente uma agenda propositiva, para a gente não ter as cenas negativas que a gente tem observado”, insistiu o parlamentar.
Pedro Eurico foi questionado sobre as fugas . “O governo tinha informação de uma fuga. O governo trabalha e durante o ano inteiro e impedimos fugas. Recebemos informações da sociedade, de familiares de presos, de presos, de membros de instituições como o Judiciário e o Ministério Público, do sindicato, e do nosso serviço de informação”, declarou Pedro Eurico.
“Então, nós trabalhamos isso cotidianamente”, complementou. O secretário relembrou as apreensões de armas brancas nas unidades prisionais: 4.200 facas, facões, chuços, entre outros. “Para nós, isso é uma missão do cotidiano. Agora, tem gente que acha que tem a exclusividade da informação”, explicou o gestor.
FONTE: FOLHAPE