Publicada em 03/02/2016 às 10h54.
Artesão de PE deixa alcoolismo após aprender a criar máscaras de Carnaval
José Pedro, 60 anos, bebia desde os dez anos e mudou de vida aos 27. Idoso faz cerca de 500 máscaras por ano para o 'Carnaval dos Papangus'.

O vício do álcool foi deixado de lado após José Pedro Soares, 60 anos, descobrir o artesanato. Alcoolatra desde os dez anos de idade, ele contou ao G1 que perdeu o emprego e a família. Aos 27 anos, ele resolveu dar uma virada na vida. O interesse pelo artesanato cresceu e o "Carnaval dos Papangus", em Bezerros, no Agreste de Pernambuco, se tornou a vitrine para a arte dele.


"Comecei no alcoolismo aos dez anos. Até o 20 e poucos anos. Me embriagava três vezes por dia. De domingo a domingo. Perdi o emprego", relembrou. Enquanto ainda tinha problemas com o vício, ele disse que não era aceito para trabalhar em lugar nenhum. "Você sabe que alcoolatra, ninguém dá emprego", afirmou.

Artesão produz em média 500 máscaras para o Carnaval (Foto: Kamylla Lima/G1 Caruaru)

 

Sem perspectiva de trabalho, ele contou que se interessou pelo artesanto e parou de beber. As máscaras dos Papangus - personagens ícones do Carnaval do município - foram o pontapé inicial para a mudança. "Via nas ruas os amigos fazendo e expondo nas calçadas, então passei a observar e aprendi", explicou.

José Pedro Soares não só virou artesão como foi eleito presidente da Associação dos Artesão de Bezerros, por três vezes. "Quando eu era alcoólatra ninguém dava confiança, hoje em dia eu sou o presidente de uma associação no terceiro mandato", afirmou. A transformação na vida veio por um amigo, que o convidou para ir à reunião dos Alcoólatras Anônimos (AA).


Vinte e sete anos após parar de beber, o artesão disse que produz em média 500 máscaras por ano. Ele se orgulha ao dizer que se mantém com o dinheiro arrecadado com o artesanato. "Produzo o ano todo e ainda viajo pelo Brasil inteiro para levar mercadorias de 30 a 40 artesãos, já que sou representante de uma associação", disse Pedro Soares. Ela já exportou máscaras para a França e vendeu também no Rio de Janeiro e no Amazonas.


Sobre o artesanato, ele contou: "Às vezes estou 'de cabeça quente' e isso ajuda a passar. Esqueço das coisas ruins. O artesanato é uma terapia e um meio de vida". Quanto ao Carnaval, Pedro Soares explicou que não curte como folião. "O Carnaval para mim é tudo. Depois que eu parei de beber, deixei de brincar Carnaval. Agora só me preocupo em vender meu artesanato e mostrar meu trabalho para as pessoas que vêm de fora".


FONTE: G1 PERNAMBUCO

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