Publicada em 08/09/2018 às 07h48.
Agressão a Bolsonaro faz presidenciáveis mudarem tom das campanhas
A avaliação é de que ataques ao capitão reformado neste momento de debilidade podem ser mal recebidos pelo eleitorado.

Deputado federal Jair Bolsonaro (PSL)

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

 

Após o ataque sofrido por Jair Bolsonaro (PSL), as campanhas dos demais presidenciais estão revendo suas estratégias e tentando trabalhar o episódio para desconstruir o discurso de violência do próprio candidato.


As equipes de Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB) cancelaram, ao menos parcialmente, as agendas eleitorais e fizeram reuniões nesta sexta-feira (7) para definir o tom que será adotado durante estes primeiros dias de comoção por causa do atentando.


A avaliação é de que ataques ao capitão reformado neste momento de debilidade podem ser mal recebidos pelo eleitorado. Os partidos farão pesquisas qualitativas, com grupos de eleitores, para aferir o impacto do atentado na disputa presidencial.


Em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, Marina telefonou para Michelle, mulher de Bolsonaro, para dizer que vai orar por ele e decidiu manter a recém-adotada estratégia de viajar mais pelo país em agendas com maior exposição ao público.


A equipe da candidata entende que esta é uma maneira de marcar posição diante do radicalismo da eleição e defender a bandeira de pacificação na disputa. A ideia é interromper as críticas a Jair Bolsonaro, culpar a polarização política pela violência e apenas reagir a manifestações polêmicas que o candidato venha a fazer mesmo internado. A expectativa é que ele fique no hospital por até dez dias.


Assim como Marina, Ciro não interrompeu a agenda e seguiu périplo pelo Nordeste, na tentativa de herdar os votos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, impedido pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de disputar a eleição.


Ao menos no curto prazo, o ex-governador do Ceará irá cessar os ataques a Bolsonaro, a quem já comparou ao ditador alemão Adolf Hitler, e adotará um discurso de que violência gera mais violência, referindo-se sutilmente às práticas do adversário. "Repudio a violência como linguagem política e solidarizo-me com meu opositor", disse Ciro Gomes em rede social após o ataque a Bolsonaro.


O discurso de paz também já passou a ser adotado por Geraldo Alckmin nesta sexta, horas depois que Bolsonaro apresentou condições de ser transferido de Minas Gerais para São Paulo.


"Dia de comemorar a nossa independência. A liberdade de poder criar um país do jeito que a gente merece, melhor a cada dia. Onde o ódio, a intolerância e o radicalismo dão lugar ao diálogo, à união e ao bom senso", afirmou o tucano ao abordar o Sete de Setembro numa rede social.


Alckmin regravou trechos da propaganda partidária que vai ao ar nos próximos dias, eliminando críticas diretas a Bolsonaro enquanto o adversário está convalescente.


Alckmin perdeu fatia do eleitorado do PSDB para Bolsonaro e vinha atacando diretamente o adversário na tentativa recuperar apoiadores.


Integrantes da campanha tucana vão esperar o resultado de pesquisas e a decantação da comoção que se instalou no final desta semana e que, avaliam, se estenderá por cerca de quatro dias, até que o candidato do PSL apresente sinais de melhora em seu quadro de saúde.


Um dos coordenadores do PSDB diz que a expectativa é de que Bolsonaro cresça nas pesquisas da próxima semana, mas não o suficiente para garantir que o capitão reformado é nome certo no segundo turno da disputa.


Para este tucano, outro fator que causará interferência no cenário eleitoral é a oficialização de Fernando Haddad como o presidenciável do PT, o que deve acontecer nesta terça-feira (11).

 

 

 

Folha PE 

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