O dólar comercial terminou a sessão desta quarta-feira (9) no menor patamar em seis meses, abaixo dos R$ 3,70, influenciado pelo cenário externo favorável e pelas expectativas de que os protestos do próximo domingo (13) a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff terão forte adesão.
O dólar à vista também recuou, assim como os juros futuros. O Ibovespa, no entanto, fechou em baixa, pressionado pelas ações da Vale, siderúrgicas e do setor financeiro.
O dólar comercial fechou em queda de 1,12%, a R$ 3,6980, no menor nível desde 1º de setembro do ano passado, quando chegou a R$ 3,6860. O dólar à vista fechou em queda de 1,46%, a R$ 3,7117, a menor cotação desde 24 de novembro do ano passado (R$ 3,7005).
Os investidores também estão otimistas com os desdobramentos da Operação Lava Jato e uma possível leva de novas delações premiadas, que podem colocar ainda mais pressão sobre o governo.
Os juros futuros também terminaram em baixa: o contrato de DI para janeiro de 2017 passou de 14,050% na véspera para 13,890%; o DI para janeiro de 2021 caiu de 14,640% para 14,390%.
Analistas destacam que a desvalorização do dólar ante o real causa menor pressão inflacionária, o que influencia as taxas de juros. Também contribuiu para a queda da Selic a informação de que a inflação oficial brasileira, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), desacelerou para 0,90% em fevereiro, abaixo do registrado em janeiro deste ano (1,27%) e no mesmo mês do ano passado (1,22%)
"O dado ajudou a derrubar os juros por aqui, na medida em que aumenta a probabilidade de um corte nos juros ainda este ano, provavelmente em setembro", afirma a equipe de análise do Banco Fator.
Bolsa
Apesar de o otimismo dos investidores permanecer, o Ibovespa fechou em baixa de 0,89%, aos 48.665,09 pontos. O giro financeiro foi, mais uma vez, expressivo e somou R$ 9,919 bilhões.
As ações da Vale recuaram 3,20%, a R$ 10,88 (PNA) e 3,52%, a R$ 14,50 (ON), acompanhando a queda do preço do minério de ferro no mercado chinês. As ações de siderúrgicas também recuaram.
Os papéis do setor financeiro também recuaram, devolvendo parte dos fortes ganhos obtidos nos últimos pregões, em um movimento de realização de lucros.
As ações da Petrobras terminaram o pregão com sinais divergentes, apesar do forte avanço do petróleo no mercado internacional: Petrobras PN ganhou 1,74%, a R$ 7,60; Petrobras ON perdeu 0,93%, a R$ 9,56.
Em Londres, o Brent ganhava 3,35%, a US$ 40,98 o barril; nos EUA, o WTI avançava 4,93%, a US$ 38,30 o barril. Os negócios foram impulsionados pela informação de que os maiores exportadores deverão se reunir no próximo dia 20 para discutir o congelamento da produção.
Em Wall Street, o índice Dow Jones fechou com ganho de 0,21%; o S&P 500 avançou 0,51%; e o Nasdaq, +0,55%.
As Bolsas europeias fecharam em alta: Londres (+0,34%); Paris (+0,49%); Frankfurt (+0,31%); Madri (+0,24%); e Milão (+1,06%).
Na Ásia, as Bolsas chinesas caíram mais de 1% nesta quarta-feira, interrompendo sequência de seis altas.