Publicada em 08/06/2019 às 10h39.
Ações preventivas continuam sendo melhor forma de combater o Aedes aegypti
Atenção com reservatórios e locais de acúmulo de água parada ajuda a evitar reprodução do Aedes.

Imagem: JC Online

 

Em meio ao aumento de casos de arboviroses em Pernambuco, o desabastecimento do inseticida adulto malathion não é a maior preocupação proliferação do Aedes aegypti, transmissor de dengue, zika e chicungunha. Ações de prevenção da população continuam sendo os meios mais eficazes de evitar os surtos de arboviroses, uma vez que atuam diretamente no controle da reprodução dos insetos.


Segundo a pesquisadora do departamento de Entomologia da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) Pernambuco, Maria Alice Varjal, a falta deste inseticida no Estado não gera grande impacto no combate ao mosquito. “É importante deixar claro que esse inseticida tem a função de fazer eventuais bloqueios no processo de transmissão vetorial. Ele exerce o controle do mosquito adulto de forma muito secundária, já que atua tentando bloquear a ação dele. O que é diferente de reduzir a população, como acontece no controle de criadouros e larvas, que são ações muito mais eficazes”, explica.


Quando se refere ao controle de larvas, a pesquisadora traz a tona a importância da população e dos órgãos públicos no trabalho diário para a prevenção de casos de arboviroses. “A forma mais garantida de conter a reprodução do Aedes é atuando nos criadouros. Eliminando as larvas de forma correta, evitamos que as mesmas se desenvolvam e virem centenas de mosquitos transmissores. E isso pode ser feito com ações simples que já conhecemos, como evitando o acúmulo de água em jarros e pneus ou tampando reservatórios de água, por exemplo”, pontua. Outra forma de evitar a proliferação de larvas do mosquito é despejando sal ou cloro em locais que costumam acumular água, como calhas e ralos.


Cemer


Em dezembro de 2018, foi inaugurada no Recife o Centro de Mosquitos Estéreis (Cemer). No local, estão sendo produzidos mosquitos machos estéreis que serão soltos no meio ambiente e, ao competirem com os mosquitos saudáveis, reduzem a quantidade de larvas produzidas pelas fêmeas. Com resultados a longo prazo, a expectativa é que a tecnologia ajude na redução da população de Aedes. A técnica também é pontuada por Maria Alice Varjal como de grande impacto no combate, assim como o uso de inseticidas larvicidas biológicos e as armadilhas conhecidas como ovitrampas.


“Diferente do inseticida adulto, o larvicida biológico atinge unicamente as larvas do mosquito. Não causa mal algum ao ser humano ou aos animais. Ele é recomendado principalmente para terrenos baldios ou áreas externas onde há propensão para servirem de criadouros”, explica. Em Pernambuco, esta solução não está em falta.


A liberação dos mosquitos estéreis na capital pernambucana está prevista para o segundo semestre deste ano. Até agora, segundo a Secretaria de Saúde do Recife, ainda há estoque do malathion. Por nota, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que não há inseticida deste tipo disponível para a compra e reforçou a orientação do Ministério da Saúde para a colaboração da população. “O Ministério ratifica a necessidade de intensificar as ações de rotina dos agentes de endemias dos municípios, com a realização de visita casa a casa, resgate de imóveis pendentes, mobilização da população e mutirões de limpeza. As ações de controle vetorial devem ser planejadas para serem executadas de forma permanente, promovendo a articulação sistemática entre os setores do município”.


JC Online

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