Publicada em 26/09/2020 às 10h05.
Dietas restritivas podem causar prejuízos graves à saúde
Uma dieta pobre em carboidratos, por exemplo, pode ocasionar inúmeros efeitos negativos.


Foto: Reprodução/ Pixabay


Com a chegada extraoficial do verão, os cuidados com a aparência redobram e as dietas da moda ganham ainda mais força, especialmente entre o público mais jovem. Mas a mudança brusca e desordenada na alimentação pode desencadear inúmeros prejuízos à saúde física e também mental. “Repensar os hábitos alimentares é sempre uma boa ideia, desde que as restrições não impactem negativamente na qualidade de vida do indivíduo”, alerta a endocrinologista Daniele Fontan.


Uma dieta pobre em carboidratos, por exemplo, pode ocasionar inúmeros efeitos negativos, como fadiga, mau hálito, problemas gastrointestinais e sobrecarga renal, entre outros. Optar por regimes que eliminam glúten e lactose também pode gerar deficiência na absorção de nutrientes indispensáveis, a exemplo de proteínas, cálcio e fósforo. “Iniciar uma dieta sem a orientação de um profissional e sem um acompanhamento adequado pode ser muito prejudicial. Dietas muito restritivas tendem a falhar, porque muito eliminam, mas pouco ensinam”, salienta Daniele.


A busca por alternativas de emagrecimento mais rápidas fez com o que o profissional de recursos humanos Leandro César, 32 anos, recorresse a correntes massificadas na internet, sem qualquer respaldo científico e sem o devido acompanhamento profissional. Por alguns anos o resultado foi o efeito sanfona, com o retorno imediato do peso após o cancelamento das dietas. “Já tentei vários planos alimentares diferentes sem sucesso. Com a pandemia ganhei ainda mais peso e venho me sentindo mais cansado do que de costume, com dificuldades para subir escadas ou andar por um trajeto mais longo”, diz Leandro.


A última edição do Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde, apresenta medidas práticas para auxiliar a sociedade a se alimentar de forma mais saudável. De acordo com o documento, a frequência da obesidade e do diabetes vem aumentando rapidamente, especialmente me países economicamente emergentes, como o Brasil, e doenças anteriormente mais comuns no público de mais idade, hoje atinge com maior incidência outras camadas mais jovens. “De modo semelhante, evoluem outras doenças crônicas relacionadas ao consumo excessivo de calorias e à oferta desequilibrada de nutrientes na alimentação, como a hipertensão (pressão alta), doenças do coração e certos tipos de câncer” diz o relatório. 


Para Fontan, pessoas que possuem comorbidades devem redobrar os cuidados na hora de aderir a um programa de restrição alimentar. Doenças associadas a problemas cardiovasculares e insuficiência renal, por exemplo, devem ser previamente avaliadas caso optem pela modalidade de jejum intermitente, que funciona com a suspensão de alimentos em dias alternados. “Perder peso não é sinônimo de saúde. Monitorar taxas e estruturar uma rotina alimentar que se adeque à individualidade de cada um é essencial para se obter sucesso no processo”, explica.


No geral, manter uma dieta rica em nutrientes variados ainda é o melhor caminho para quem procura emagrecer de forma segura e com qualidade. Consumir mais plantas e vegetais, cereais, grãos e alimentos in natura; bebidas a base de soja e fibras solúveis como psyllium e farelo de aveia; diminuir a ingestão de produtos industrializados; envolver a família na escolha e no preparo dos alimentos; e proporcionar momentos especiais na hora das refeições, sem TVs e celulares, são algumas das dicas da endocrinologista para manter-se saudável e sem agredir o corpo e a mente.


FONTE: DIÁRIO DE PERNAMBUCO 

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