Em momentos de crise, emprego é artigo de luxo. Com um contingente 11,1 milhões de desempregados no País, muitos brasileiros que perderam suas posições no mercado de trabalho não encontram outra saída a não ser aceitar vagas que oferecem salários inferiores ao recebidos antes. Mesmo que essa troca seja sofrida, essa nova realidade financeira apertada pode ser administrada.
Essa necessidade bateu à porta da professora Bruna Neves. Ela trabalhava como coordenadora de educação tecnológica, com salário de R$ 2.800. Foi demitida, conseguiu permanecer na área em outra empresa, mas agora seu contracheque é de R$ 1.200. “Todos os meus gastos estão indo para a ponta do lápis. Dos meus consumos mais simples, como cosméticos ou lanche, até mesmo o aluguel do meu apartamento vai para a planilha”, lista Bruna.
Na mesma romaria de redução salarial está Caio Weimann, líder de logística. Weimann trabalhava no Aeroporto dos Guararapes como supervisor. Com a diminuição do número de voos diários, que caiu de 30 para 17, o líder da equipe foi demitido. Perdeu o rendimento mensal de R$ 3,4 mil e teve que se readequar a um orçamento de R$ 2,1 mil, agora atuando na área de logística.
E como administrar essa queda salarial? “O primeiro passo é anotar os gastos, desde o cafezinho na padaria até a parcela do apartamento do mês. Após saber o que se gastando, aí é pensar o que realmente é importante no seu orçamento”, disse Rafael Seabra, do blog Quero Ficar Rico.
E são nessas circunstâncias que devemos aprender novos hábitos. “Poupar é o melhor remédio para quem está passando por situações de aperto. Uma coisa muito importante que ninguém fica atento é aprender a viver com menos do que ganha. Exemplo simples é alguém que ganha um salário de R$ 5 mil, mas deve se programar para gastar por mês R$ 3 mil, poupando o que sobrou”, ensinou o financista Arthur Lemos.
O mesmo aconteceu com Magaly Nascimento. De um salário de R$ 2,5 mil, passou a viver com R$ 1,3 mil por mês. Com isso, prioriza a saúde e alimentação da filha. E isso é o indicado. “Em um ambiente familiar, o básico deve ser preservado. Passeios, roupas e outras coisas supérfluas podem ser cortadas”, alertou a economista doméstica e doutora em serviço social, Laurileide Barbosa.
Folha Pe