Publicada em 02/07/2022 às 13h30.
PEC 'Kamikaze': por que ela pode prejudicar e não ajudar o bolso do brasileiro
Deterioração da gestão das contas públicas provoca uma piora da percepção de risco dos investidores internacionais com a economia brasileira, levando a uma desvalorização do real e, consequentemente, a mais inflação.


PEC Kamikase foi aprovada pelo Senado / Reprodução do g1.


A soma de R$ 41,2 bilhões em benefícios sociais inseridos na proposta de emenda à Constituição (PEC) aprovada nesta quinta-feira (30) pelo Senado Federal traz temores de um "efeito rebote" na inflação brasileira.


Na prática, os analistas dizem que a proposta — originalmente batizada de 'Kamikaze' pelo próprio ministro da Economia, Paulo Guedes — deixa ainda mais nebulosa a gestão das contas públicas do país, o que pode levar a um cenário já enfrentado pelo Brasil em outras ocasiões. Pode haver uma piora da percepção de risco dos investidores internacionais com a economia brasileira, levando a uma desvalorização do real, o que tem potencial para provocar mais inflação.


Ou seja, uma proposta desenhada para trazer algum alívio para o bolso da população pode acabar agravando a situação financeira das famílias. A PEC 'Kamikaze" prevê, por exemplo, um aumento do valor do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600 e a criação de um "voucher" de R$ 1 mil para caminhoneiros autônomos até o fim do ano.


Com um cenário de inflação ainda mais pressionada, a tendência é que os juros fiquem em patamares altos por mais tempo, o que causa um freio aos investimentos de empresas e à criação de empregos no médio e longo prazo.


E o quadro já é bastante difícil. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) — a inflação oficial do país — está acima de 10% desde setembro do ano passado, e a taxa básica de juros (Selic) chegou a 13,25%, a mais elevada desde 2016.


"O Banco Central tem enfrentado cada vez mais dificuldade de trazer a inflação para a meta. E, à medida que cresce o risco fiscal, essa cadeia de efeitos se agrava e a tarefa fica cada vez mais difícil", diz Christopher Galvão, analista da Nord Research.


“O que deveríamos estar discutindo é um controle de gastos em busca de crescimento econômico sustentável”, acrescenta.


FONTE: G1.



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