Publicada em 08/08/2022 às 08h57.
Há um pouco de desinformação, ignorância e má-fé, diz Barroso sobre descrença nas urnas
Barroso, que é ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), deu a declaração sem citar o presidente Jair Bolsonaro.


Ministro Luís Roberto Barroso / Reprodução do google.


Ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Luís Roberto Barroso afirmou neste domingo (7), em entrevista à GloboNews, que há "um pouco" de desinformação, ignorância e má-fé no discurso que tenta desacreditar a segurança das urnas eletrônicas.


Barroso, que é ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), deu a declaração sem citar o presidente Jair Bolsonaro, que fala sem jamais apresentar provas a respeito de fraudes nas eleições de 2014 e de 2018. Não há registro de fraude nas eleições no Brasil desde 1996, quando começou a ser adotado o voto nas urnas eletrônicas.


"Com tanta coisa neste momento no mundo e no Brasil indo mal, há uma certa obsessão por mexer exatamente naquilo que funciona bem, que é o sistema eleitoral. Eu acho que há um pouco de desinformação, um pouco de ignorância e há um pouco de má-fé. Portanto cada um desempenhando o papel que deseja", disse Barroso.


Fake news


Barroso afirmou que no Brasil a mentira passou a ser "naturalizada" como se fosse um "instrumento legítimo", usado na defesa de ideias no debate público. Na opinião do ministro, será preciso educar a população para que se entenda outra vez que mentir é "errado".


"A mentira não é uma forma legítima. Nós temos que fazer com que mentir seja errado de novo", destacou.


"As fake news, a mentira na rede, é como a criminalidade. Nós vamos precisar educar a sociedade para não cometer esse delito nem circular informações falsas", acrescentou.


Sala secreta


Barroso desmentiu a informação falsa propagada por Bolsonaro e seus apoiadores de que a apuração dos votos no dia das eleições ocorre em uma "sala secreta" no TSE.


"A apuração seria feita em uma sala secreta com meia dúzia de pessoas. Isso é uma bobagem, uma tolice. A apuração é feita pelo somatório dos boletins de urnas. O que nós temos no TSE é um supercomputador que faz essa conta porque são cerca de 6 mil municípios e dezenas de milhares de candidatos. Para facilitar a vida, a conta é feita lá no TSE, mas ela pode ser conferida por todo mundo porque esses boletins de urna são impressos, distribuídos e colocado na internet", disse.


"Pode fazer a conta à mão, pode fazer a conta na maquininha, só vai demorar um pouco mais. E sempre é possível conferir o que o TSE divulga com esses boletins de urna que foram impressos. De modo que, essa lenda de que a apuração é feita em uma sala secreta, é uma tolice", encerrou.


Militares


Barroso ironizou o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, que na semana passada enviou ao TSE um ofício, classificado como "urgentíssimo", no qual pediu que as Forças Armadas tivessem acesso ao código-fonte das urnas. Esse código-fonte, porém, está disponível deste outubro do ano passado.


O código-fonte é um conjunto de linhas de programação de um software, com as instruções para que o sistema funcione. A abertura do código permite a inspeção pela sociedade civil.


"Acho que esse pessoal estava um pouco distraído. O código fonte eu antecipei, e nós abrimos um ano antes das eleições o código fonte para quem quisesse fiscalizar. O código fonte é o conjunto de instruções dado à urna", disse o magistrado.


Barroso também afirmou que não tem "medo" ou "preconceito" em relação aos militares. Ele ainda comentou o convite que fez para que as Forças Armadas entrassem na comissão de transparência eleitoral do TSE.


"Há uma crítica se o TSE fez mal por convidar as Forças Armadas. Eu não tenho nem medo nem preconceito com as Forças Armadas. Eu trato como qualquer outra instituição de Estado, como é o Congresso, como é o Tribunal de Contas. E confio que eles [militares] estejam lá [na comissão de transparência] para ajudar, e não que eles estejam no comitê de campanha de algum dos candidatos. Portanto, se alguém se comportar mal, a culpa não é do TSE. Não estou dizendo que aconteceu", declarou.


FONTE: G1.



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