O presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão, informou declarações falsas à Justiça eleitoral maranhense para justificar o financiamento de sua campanha em 2010. O deputado declarou que havia vendido a casa onde vive atualmente. Com o suposto dinheiro arrecadado pela venda, teria feito uma doação à sua própria campanha no valor de R$ 557,5 mil - 68% do total. As informações são do jornal O Globo.
A revelação pode agravar os problemas por que Maranhão tem passado na Casa. Ele pode ser alvo de ação criminal ou eleitoral por fraude nas contas de campanha. O montante total utilizado para financiar sua campanha seis anos atrás, R$ 821,6 mil, chamou atenção do Ministério Público Federal. Naquele ano, o deputado declarou patrimônio de apenas R$ 16,5 mil.
A princípio, o deputado afirmou que o montante declarado como patrimônio havia sido um erro no momento de registro de candidatura. Depois, mudou a versão para dizer que obteve um empréstimo de R$ 98 mil do Banco do Brasil e que vendeu a casa, na cidade de Olho D'Água, por R$ 550 mil ao aliado João Martins Araújo Filho.
A explicação não convenceu, e a Justiça Eleitoral reprovou suas contas eleitorais. O Ministério Público abriu uma representação pedindo a perda de seu mandato, pela não comprovação da origem de parte dos recursos financeiros arrecadados em 2010. Em nota, a assessoria do deputado se limitou a afirmar que Maranhão não responde a processos.
"A assessoria de imprensa da presidência da Câmara informa que o presidente Waldir Maranhão não responde a qualquer processo no Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Em sessão realizada em maio de 2015, o pleno do tribunal decidiu que a ação que pesava contra o parlamentar teve perda de objeto e, por isso, foi arquivada. O próprio MPE — autor da ação contra o parlamentar — admitiu a perda de objeto da ação, já que pedia a perda do mandato obtido em 2010", diz o comunicado.
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