Agentes penitenciários de Alagoas encerraram, na manhã deste sábado (28), a greve iniciada no último dia 13 de maio. De acordo com o presidente do sindicato, a categoria decidiu aceitar a contraproposta feita pelo governo do estado, como reajuste na bolsa recebida pelos servidores.
"Aceitamos a proposta de continuar a bolsa no valor de R$ 500, a partir de setembro, e ir aumentando gradativamente até R$ 900. No final de 10 meses, ela será incorporada ao salário. Além de outras garantias menores, como PCCS [Plano de Cargos e Carreiras], do serviço suplementar, entre outras", explica o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários de Alagoas, Kleyton Anderson.
As visitas, que haviam sido suspensas assim que começou a paralisação dos agentes já estão sendo retomadas. Nas primeiras horas da manhã deste sábado, policiais militares chegaram a ocupar o Sistema Prisional para garantir que os familiares pudessem ver os presos e também a segurança de todos durante a visitação.
Com a notícia do fim da greve, no entanto, os militares do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e Radiopatrulha (RP), envolvidos na operação, já começaram a se retirar do local, de acordo com a assessoria de comunicação da Polícia Militar (PM).
A assessoria de comunicação da Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que equipes da Força Nacional fazem rondas preventivas no entorno dos presídios.
Com relação à outra reivindicação dos agentes penitenciários, de aumento do efeitvo, o presidente do Sindapen afirma que o governo apresentou uma alternativa provisória à realização de concurso.
"Nos garantiram que vão dar encaminhamento à situação do serviço suplementar, que é um paliativo ao concurso. Assim, o pessoal que está de folga vem trabalhar e ganha para isso. O governo disse que vai dar celeridade a isso, para que aconteça o mais rápido possível", conclui Anderson.
Negociações conturbadas
Desde que iniciaram a paralisação das atividades, agentes penitenciários e o governo do Estado se reuniram para negociar as reivindicações da categoria pelo menos três vezes, sem sucesso. O último encontro havia sido realizado na sexta-feira (28).
A Justiça chegou a decretar a ilegalidade da greve no dia 16 de maio, pedindo o retorno imediato das atividades. A decisão, no entanto, não havia sido cumprida.
Como as visitas foram suspensas, os familiares do presos realizaram pelo menos dois protestos em Maceió. O primeiro ocorreu no dia 20 de maio, quando os manifestantes atearam fogo a pneus, próximo a rotatória da Polícia Rodoviária Federal. O outro protesto foi registrado no dia 25 de maio, na ocasião, os familiares saíram em caminhada pelas ruas da capital e pararam em frente ao Palácio República dos Palmares, no Centro de Maceió.
Essa suspensão provocou a ira dos presos, que chegaram a atear fogo a colchões no último dia 14.
G1